Fashion games

ou três formas de jogar com a moda

Autores

  • Luciana Nunes Nacif Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.33871/19805071.2024.31.2.9950

Palavras-chave:

Moda, jogo, Flusser, Nakao, Kawakubo

Resumo

Vilém Flusser identifica o ser humano como homo ludens, argumentando que a capacidade de jogar é a sua característica definidora. O sentido do termo “jogo” não se resume, no entanto, a algumas atividades específicas, como o xadrez ou os videogames. Ele inclui os diversos fenômenos da existência humana. Neste texto, pretendo aplicar o conceito flusseriano de jogo à moda industrial contemporânea e à forma como corporações e criadores participam do sistema da moda, a fim de reforçar suas regras, negá-las ou sabotá-las. Para tanto, proponho a análise de três casos: marcas de luxo que passaram a investir no universo dos videogames, a última coleção do criador brasileiro Jum Nakao e a primeira coleção desfilada no Ocidente da criadora japonesa Rei Kawakubo.

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Biografia do Autor

Luciana Nunes Nacif, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutora em Filosofia pela UFMG, com estágio de pesquisa na Université Panthéon Sorbonne, através do Programa CAPES/COFECUB. Mestrado em Global Fashion Management pelo Institut Français de la Mode (IFMParis) e graduação em Publicidade e Propaganda pela UFMG. Participa dos Grupos de pesquisa Modos de presença nos fenômenos estéticos contemporâneos (CNPq) e REDd: Rede de estudos sobre democracia e desinformação (IEAT - UFMG). Suas pesquisas estão na interseção entre moda, filosofia e tecnologia.

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Publicado

2024-12-18

Como Citar

NUNES NACIF, Luciana. Fashion games: ou três formas de jogar com a moda. Revista Cientí­fica/FAP, Curitiba, v. 31, n. 2, p. 164–176, 2024. DOI: 10.33871/19805071.2024.31.2.9950. Disponível em: https://periodicos.unespar.edu.br/revistacientifica/article/view/9950. Acesso em: 22 dez. 2024.