DA ESTÉTICA DA PARTICIPAÇÃO À POÉTICA DE SI: ARTE E SUBJETIVIDADE A PARTIR DA OBRA DE LYGIA CLARK
DOI:
https://doi.org/10.33871/19805071.2021.25.2.4301Resumo
Este artigo discute as implicações da obra e do pensamento da artista brasileira Lygia Clark para a estética contemporânea. O estudo tem como base teórica perspectivas estéticas, filosóficas e psicanalíticas, e se utilizou de pesquisa documental de alguns textos da própria artista e de revisão da historiografia e crítica de arte. Considera-se que a constituição de um campo estético participativo foi parte de um momento histórico que possibilitou tal emergência, mas que encontrou na poética de Lygia Clark um grande diferencial, estabelecendo o encontro com uma outra ética sobre os processos de subjetivação. As noções de interpretação e abertura da obra de arte permitem entender a participação como uma dimensão inerente ao pensamento estético e artístico, que se tornaria visível e efetivada por certas produções poéticas. No entanto, a participação do espectador na obra de arte formulada por Lygia Clark revela uma força poética que deveria ser buscada na vida. Uma vez feita, essa participação já produziria seu próprio agenciamento, possibilitando aos participantes a construção de uma poética de si.
Palavras-chave: Estética; subjetividade; teoria da arte; arte contemporânea.
Downloads
Referências
ALVIM, Mônica Botelho. Ato artístico e ato psicoterápico como Experiment-ação: diálogos entre a fenomenologia de Merleau-Ponty, a arte de Lygia Clark e a Gestalt-Terapia. 2007. 387 f. Tese (doutorado em Psicologia) – Instituto de Psicologia, Universidade de Brasília, Brasília, Distrito Federal, 2007.
BISHOP, Claire. The social turn: Collaboration and its discontents. ArtForum. 2006, vol. 44, n.6, p. 178–183. Recuperado de: <https://www.artforum.com/print/200602/the-social-turn-collaboration-and-its-discontents-10274>. Acesso em: 19 jun. 2021.
BOURRIAUD, Nicolas. Estética Relacional. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
BRITO, Ronaldo. Neoconcretismo: vértice e ruptura do projeto construtivo brasileiro. Rio de Janeiro: Funarte, 1985.
CAUQUELIN, Anne. Teorias da Arte. São Paulo: Martins, 2005.
CLARK, Lygia. Lygia Clark. Rio de Janeiro: Funarte, 1980.
_____. Lygia Clark. Barcelona: Fundació Antoni Tí pies; Marseille: MAC,Galeries Contemporaines des Musée de Marseille; Porto: Fundação de Serralves; Bruxelas: Société des Expositions du Palais des Beaux-Arts, 1998a. (catálogo de exposição)
______. Lygia Clark – Hélio Oiticica: Cartas, 1964-74. Rio de Janeiro: UFRJ, 1998b.
ECO, Umberto. Obra aberta. São Paulo: Perspectiva, 1986.
FABBRINI, Ricardo Nascimento. O espaço de Lygia Clark. São Paulo: Atlas, 1994.
FAVARETTO, Celso. A invenção de Hélio Oiticica. São Paulo: Edusp, 2000.
FURLAN, Reinaldo. Fenomenologia e esquizoanálise na psicologia: um encontro possível?, Psicologia USP. 2006, vol. 17, n.3, p. 105-126. ISSN 1678-5177. Recuperado de: <https://doi.org/10.1590/S0103-65642006000300009>. Acesso em: 19 jun. 2021.
GUATTARI, Félix. Revolução molecular. São Paulo: Brasiliense, 1987.
______. Caosmose. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992.
GUATTARI, Félix; ROLNIK, Suely. Micropolítica: cartografias do desejo. Petrópolis: Vozes, 1986.
GULLAR, Ferreira. Etapas da arte contemporânea: do cubismo ao neoconcretismo. São Paulo: Nobel, 1985.
______. Teoria do não-objeto (1960). In: ______. Etapas da arte contemporânea: do cubismo ao neoconcretismo. São Paulo: Nobel, 1999 (p. 289-301).
KANT, Immanuel. Crítica da faculdade de juízo. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2002.
MERLEAU-PONTY, Maurice. O olho e o espírito. São Paulo: Cosac & Naif, 2004.
______. Fenomenologia da percepção. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011.
NUNES, Benedito. Introdução í filosofia da arte. São Paulo: ítica, 1999.
PAREYSON, Luigi. Os problemas da estética. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
PEDROSA, Mário. Mundo, homem, arte em crise. São Paulo: Perspectiva, 1986.
PONTUAL, Roberto. Lygia Clark: a fantasmática do corpo. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 21 set. 1974. Caderno B, p. 1.
ROLNIK, Suely. Um singular estado de arte: Lygia Clark busca desestabilizar a subjetividade do espectador com suas obras, atingindo-o no corpo. Folha de S. Paulo, São Paulo, 4 dez. 1994. Ilustrada, p. 6.
______. Molda-se uma alma contemporânea: o vazio-pleno de Lygia Clark. In: The Experimental Exercise of Freedom: Lygia Clark, Gego, Mathias Goeritz, Hélio Oiticica and Mira Schendel. Los Angeles: The Museum of Contemporary Art, 1999. Recuperado de: <http://www4.pucsp.br/nucleodesubjetividade/Textos/SUELY/Molda.pdf>. Acesso em: 28 jun. 2021.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores detém os direitos autorais, ao licenciar sua produção na RevistaCientífica/FAP, que está licenciada sob uma licença Creative Commons. Ao enviar o artigo, e mediante o aceite, o autor cede seus direitos autorais para a publicação na referida revista.
Os leitores podem transferir, imprimir e utilizar os artigos publicados na revista, desde que haja sempre menção explícita ao(s) autor (es) e à Revista Científica/FAP não sendo permitida qualquer alteração no trabalho original. Ao submeter um artigo à Revista Científica/FAP e após seu aceite para publicação os autores permitem, sem remuneração, passar os seguintes direitos à Revista: os direitos de primeira edição e a autorização para que a equipe editorial repasse, conforme seu julgamento, esse artigo e seus metadados aos serviços de indexação e referência.