Dimensões cristãs da luz em "Quando eu era vivo" (2014)
estratégias e sentidos cristãos das luzes e das trevas no cinema de terror latino-americano
DOI:
https://doi.org/10.33871/19805071.2025.32.1.10295Palavras-chave:
cinema, cristianismo, luz, sombra, economiaResumo
No presente artigo, investigamos as possíveis dimensões cristãs da luz e da sombra que permeiam a direção de fotografia audiovisual do longa-metragem Quando eu era vivo (2014), do diretor brasileiro Marco Dutra. Por meio de um procedimento comparativo, confrontamos a fotografia do filme com diferentes práticas cristãs da luz anteriores ao século XVIII. A partir disso, argumentamos que a construção luminosa do filme ecoa determinados sentidos, valores e estratégias da luz e da sombra ligados à religião cristã. Em específico, buscamos entender de que modo o conceito teológico de economia, tal como estudado por Giorgio Agamben e Marie-José Mondzain, pode contribuir para iluminar a compreensão de algumas estratégias emocionais que mobilizam a luz e estão presentes nos diferentes objetos estudados. Embora não desejemos, de forma alguma, generalizar os resultados de nosso estudo, ambicionamos, a partir dele, não apenas tensionar de que modo a fotografia audiovisual se insere em uma produção imaginária mais ampla — da qual se torna inseparável —, mas também desnaturalizar os possíveis sentidos, valores ou relações de poder veiculados, estimulados ou instaurados por meio de certas práticas luminosas audiovisuais.
Downloads
Referências
AGAMBEN, Giorgio. O que é um dispositivo? & O amigo. Chapecó: Argos, 2016.
BÍBLIA DE JERUSALÉM. São Paulo: Paulus, 2002.
BORTOLINI, Maria Denize. Conversão Barroca: O Olhar Reduzido. Esboços: histórias em contextos globais, [s. l.], 2000, vol. 8, n. 8, p. 159-170.
CUBITT, Sean. The practice of light: a genealogy of visual tecnhologies from prints to pixels. Cambridge, London: The MIT Press, 2014.
DE CARVALHO, Sérgio. Teatro e sociedade no Brasil colônia. Revista sala preta [on-line]. 2023, vol. 15, n. 1, p. 6-53. ISSN.2238-3867. Recuperado de: < https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v15i1p6-53>. Acesso em: 7 mar. 2023.
FOUCAULT, Michel. História da sexualidade 1: a vontade de saber. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1999.
FRANCO FERRAZ, Maria Cristina. Ruminações. Rio de Janeiro: Editora Garamond, 2015.
GEBARA, Ivone. O que é cristianismo? São Paulo: Editora Brasiliense, 2008.
KIRCHER, Atanasio. Ars Magna Lucis et Umbrae: reproduccíon facsimilar da edición de 1671 con estudios introductorios e versión ó galego e castelán. Santiago de Compostela: Univerdidade de Santiago de Compostela, 2000.
KITTLER, Friedrich. Mídias ópticas. Rio de Janeiro: Contraponto Editora, 2016.
MALVA, Pamela. Xuxa e suas músicas ao contrário: a lenda urbana mais famosa do Brasil. Aventuras na História, [s. l.], 24 jan. 2021. Recuperado de: <https://aventurasnahistoria.com.br/noticias/reportagem/xuxa-e-suas-musicas-ao-contrario-lenda-urbana-mais-famosa-do-brasil.phtml>. Acesso em: 31 jan. 2025.
MONDZAIN, Marie-José. Imagem, ícone, economia. Rio de Janeiro: Contraponto Editora, 2013.
MONTES, Maria Lucia. As figuras do sagrado: entre o público e o privado na religiosidade brasileira. 1. ed. São Paulo: Claro Enigma, 2012.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, Eurocentrismo e América Latina. Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales (CLACSO) [on-line]. 2005, p. 117–142. Recuperado de: <https://biblioteca.clacso.edu.ar/clacso/sur-sur/20100624103322/12_Quijano.pdf>. Acesso em: 31 jan. 2025.
REVAULT D’ALLONNES, Fabrice. La lumière au cinéma. Paris: Éditions Cahiers du Cinéma, 1991.
SANTAELLA, Lucia; NÖTH, Wingfried. Imagem: cognição, semiótica, mídia. São Paulo: Iluminuras, 2014.
SOUTO, Mariana. Constelações fílmicas: um método comparatista no cinema. Galáxia [on-line]. 2020, vol. 45, n. 45, p. 153–165. Recuperado de: <https://doi.org/10.1590/1982-25532020344673>. Acesso em: 31 jan. 2025.
SPYER, Juliano. Povo de Deus: Quem são os evangélicos e por que eles importam. São Paulo: Geração Editorial, 2020.
TREFFORT, Cécile. Les lanternes des morts: une lumière protectrice?. Cahiers de recherches médévales et humanistes, 2001, vol. 8, p. 143-163. La protection spirituelle au Moyen Âge. Recuperado de: <https://journals.openedition.org/crm/393>. Acesso em: 29 jan. 2020.
VAUCHEZ, André. Lumières du Moyen-Âge. L’Histoire [on-line]. 2010, vol. 354. Recuperado de: <https://www.lhistoire.fr/lumi%C3%A8res-du-moyen-age>. Acesso em: 31 jan. 2025.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores detém os direitos autorais, ao licenciar sua produção na RevistaCientífica/FAP, que está licenciada sob uma licença Creative Commons. Ao enviar o artigo, e mediante o aceite, o autor cede seus direitos autorais para a publicação na referida revista.
Os leitores podem transferir, imprimir e utilizar os artigos publicados na revista, desde que haja sempre menção explícita ao(s) autor (es) e à Revista Científica/FAP não sendo permitida qualquer alteração no trabalho original. Ao submeter um artigo à Revista Científica/FAP e após seu aceite para publicação os autores permitem, sem remuneração, passar os seguintes direitos à Revista: os direitos de primeira edição e a autorização para que a equipe editorial repasse, conforme seu julgamento, esse artigo e seus metadados aos serviços de indexação e referência.