"Onisciente" e a dialética entre logos e pathos
uma análise estética e narrativa no episódio piloto
DOI:
https://doi.org/10.33871/19805071.2025.32.1.10292Palavras-chave:
Tecnologia e vigilância, Estética audiovisual, Logos e pathos, Ficção científica, Direção de fotografiaResumo
Este artigo analisa o episódio piloto da série brasileira Onisciente (2020), explorando a relação entre logos (razão) e pathos (emoção) na narrativa e na estética audiovisual. Ambientada em um futuro distópico, a série apresenta uma sociedade monitorada por drones que registram as ações de todos os cidadãos, com a promessa de um sistema infalível de vigilância. O enredo principal acompanha Nina, uma funcionária de tecnologia que desafia o sistema após o assassinato de seu pai, uma falha que expõe os limites da razão tecnológica. A análise foca na direção de fotografia, que utiliza paletas de cores frias, planos aéreos e enquadramentos simétricos para destacar a racionalidade e o controle inerentes ao sistema. Ao mesmo tempo, espaços privados e momentos de luto da protagonista oferecem contrastes emocionais que ampliam a tensão narrativa. Este estudo também discute os dilemas éticos, morais e políticos explorados pela série, como a relação entre segurança, liberdade e autonomia individual. Articulando elementos narrativos e estéticos, o episódio piloto de Onisciente tensiona emoção e razão ao questionar os limites do controle tecnológico e as implicações humanas de sua falibilidade. Por fim, o artigo reflete sobre como a série contribui para debates contemporâneos no gênero de ficção científica, conectando estética e recepção em um contexto sociocultural latino-americano.
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Referências
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