Viado na escola: racismo e homofobia em trajetórias de vida-formação de professores negros
DOI:
https://doi.org/10.33871/nupem.2023.15.36.57-70Palavras-chave:
Formação de professores, (Auto)biografias, Negros, ViadosResumo
O artigo discute questões relacionadas à formação de professores negros/viados no Território Sertão do São Francisco, entre os estados da Bahia e Pernambuco. A (auto)biografia configura-se como dispositivo central na perspectiva adotada, pois revela o lugar das compreensões aqui pretendidas. Para isso, os sujeitos da investigação produziram narrativas sobre suas próprias trajetórias de vida, por meio de entrevistas (auto)biográficas, nas quais, sem roteiros estruturados, foram convidados a dizer sobre si mesmos, como tornaram-se professores. Narrar, aqui, é gesto político-científico de inscrição da presença dos sujeitos no mundo, pois lhes possibilita diversos modos de compreensão da realidade, por meio do questionamento e acionamento da memória. Acontecimentos, lugares e pessoas tecem a trama sobre o dizer-se viado, negro, professor. Nessa perspectiva metodológica, os conhecimentos se produzem na experiência do vivido pelo corpo que se diz no mundo em uma temporalidade biográfica. Aqui, estamos interessados em como o racismo e a homofobia estão presentes nessas trajetórias.
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