A REPRESENTATIVIDADE DA COMUNIDADE LGBTQIA+ NA POLÍTICA BRASILEIRA: REFLEXÕES PARA UMA LEITURA E ESCRITA DE MUNDO COM MATEMÁTICA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33871/22385800.2023.12.28.175-197

Palavras-chave:

Representatividade, Comunidade LGBTQIA , Foregrounds, Educação Matemática para Justiça Social

Resumo

Historicamente, o cenário político brasileiro foi ocupado por um único grupo social, sendo constituído majoritariamente por representantes homens, cisgênero, heterossexuais, brancos e em posições financeiras confortáveis. Buscando transformar esse contexto, os movimentos sociais se articulam para que os grupos sub-representados conquistem espaço na difícil tarefa de ocuparem estes espaços para legitimar a importância de pautas inclusivas e lutar por políticas públicas que prezem por uma sociedade com mais equidade e justiça. Neste contexto, a comunidade LGBTQIA+ luta constantemente pelo direito de pessoas com gêneros e sexualidades dissidentes serem e existirem em suas particularidades e diferenças. Considerando tais pressupostos, o objetivo deste trabalho é compreender como a matemática pode colaborar com um processo de leitura (compreensão) e escrita (transformação) de mundo acerca das questões de representatividade da comunidade LGBTQIA+ no cenário político brasileiro. Com tal finalidade, foram realizadas rodas de conversa em uma casa de acolhimento LGBTQIA+ para discussão sobre esta temática. Nesse processo, a matemática foi fundamental para comparação de dados e reflexão sobre uma representação justa e paritária. Foi possível perceber que apesar de pequena, a presença política das pessoas LGBTQIA+ é essencial e tem crescido nas últimas eleições. Além disso, a representatividade desse grupo auxilia na constituição de foregrounds, ou seja, das perspectivas futuras das pessoas desta comunidade que começam a ver estes espaços como sendo possíveis.  

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BABER, S. A. Investigating the Interactions of Foregrounds and Backgrounds of Pakistani Danish Students in Denmark and Learning of Mathematics. In: LAURSEN, E. et al. (Ed.). Tanker til tiden: Om studier af læring. Aalborg: Aalborg Universitet Forlag, 2006, p. 181-201.

BARROS, D. D. Leitura e escrita de mundo com a matemática e a comunidade LGBT+: as lutas e a representatividade de um movimento social. 2021. 283p. Tese (doutorado em Educação Matemática) – Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 2021. Disponível em:

< http://hdl.handle.net/11449/215761>. Acesso em: 19 de jan. de 2023.

BENEVIDES, B. G. Dossiê: assassinatos e violências contra travestis e transexuais brasileiras em 2022. ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) – Brasília, DF: Distrito Drag; ANTRA, 2023. Disponível em: https://brazil.unfpa.org/pt-br/publications/dossie-assassinatos-e-violencias-contra-travestis-e-transexuais-brasileiras-em-2022. Acesso em: 14 mar. 2023.

GUTSTEIN, E. Reading and writing the world with mathematics: toward a pedagogy for social justice. New York: Routledge, 2006.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), 2018.

MOURA, A. Q.; FAUSTINO, A. C. ERIC GUTSTEIN E A LEITURA E ESCRITA DO MUNDO COM A MATEMÁTICA. Revista Paranaense de Educação Matemática, v. 6, n. 12, p. 10–17, 2020. Disponível em: https://periodicos.unespar.edu.br/index.php/rpem/article/view/6088. Acesso em: 14 mar. 2023.

PEREIRA, C.F. Barreiras à ambição e à representação política da população LGBT no Brasil. Revista Ártemis, Vol. XXIV, nº 1, jul-dez, 2017, p.120-131.

RIBEIRO, D. O que é: lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento, 2017.

RIBEIRO, D. Quem tem medo do feminismo negro? São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

SERAFIM, L.; SANTOS, A. Representação e representatividade nos espaços de participação cidadã. Adaptação da publicação “Enfrentando os desafios da representação em espaços participativos”, de Monica Dowbor, Peter Houtzager e Lizanda Serafim. São Paulo, CEBRAP: IDS, 2008.

SKOVSMOSE, O. Interpretações de Significado em Educação Matemática. Bolema, vol.32, n.62, Rio Claro, 2018.

STEINER, H. G. Mathematization of voting systems: some classroom experiences. International Journal of Mathematical Education in Science and Technology, 1988.

VOTE LGBT. Eleições 2022. Disponível em: https://votelgbt.org/2022. Acesso em: 20 out. 2022.

YOUNG, I.M. Representação política, identidade e minorias. Lua Nova, São Paulo, 2006, vol. 67, p.139-190.

Downloads

Publicado

17-08-2023

Como Citar

Barros, D. D. (2023). A REPRESENTATIVIDADE DA COMUNIDADE LGBTQIA+ NA POLÍTICA BRASILEIRA: REFLEXÕES PARA UMA LEITURA E ESCRITA DE MUNDO COM MATEMÁTICA. Revista Paranaense De Educação Matemática, 12(28), 175–197. https://doi.org/10.33871/22385800.2023.12.28.175-197

Edição

Seção

Artigos Científicos