Uma análise da natureza epistemológica das atividades experimentais
DOI:
https://doi.org/10.33871/23594381.2018.16.1.1764Resumen
Acredita-se, entre os professores de Ciências, de que as atividades experimentais são recursos metodológicos eficientes para o processo de ensino e aprendizagem, por isso, esse tema merece ser abordado em todos os debates estabelecidos nesta área. Conforme a literatura pertinente, as metodologias empregadas para a execução das atividades experimentais no Ensino de Física se dividem em antes e depois do Physical Science Study Commitee, uma vez que foi a partir deste que elas deixaram de ser demonstrativas e executadas pelos professores, para serem realizadas pelos estudantes, que seguiam um manual de instruções. A execução de atividades experimentais não se mostrou suficiente para promover uma aprendizagem significativa, fato que indica a necessidade de que se promovam mais estudos acerca das metodologias empregadas para este fim. Inserido nesse contexto, este trabalho é parte integrante de uma pesquisa bibliográfica, fundamentada em artigos científicos de três revistas indexadas, Caderno Brasileiro de Ensino de Física, Revista Brasileira de Ensino de Física, e A Física na Escola, que foram selecionadas por abordarem atividades experimentais na área da Física, estabelecendo discussões inerentes ao tema. Os 47 artigos encontrados, de acordo com as condições determinadas, foram categorizados utilizando a "Análise de Conteúdo de Bardin" , que contribuiu para a análise dos fundamentos epistemológicos e metodológicos que embasam nosso objeto de pesquisa. Como resultado, as atividades experimentais foram classificadas como executáveis (atividades experimentais que devem ser executadas pelo aluno) ou demonstrativas (atividades experimentais demonstradas pelo professor), nas subcategorias de reprodução ou inovação, qualitativa ou quantitativa. A maioria dos artigos investigados (21,3%) estão categorizados como demonstrativos e de reprodução qualitativa, sendo que, por outro lado, apenas 4,2% deles foram classificados como executáveis e de reprodução qualitativa. Estes resultados indicam que ocorre a maior valorização dos conceitos, em detrimento dos valores quantitativos, com a visão empirista-indutivista da Ciência ainda sendo verificada na maioria deles.Descargas
Citas
ALVES FILHO, José de Pinho. Atividades Experimentais: do método í prática construtivista. 2000. 312 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/123909/mod_resource/content/0/tese_-_capitulo_1_historico_dos_projetos.pdf>. Acesso em: 11.Maio. 2017.
AMARAL, Ivan Amorosino do. Conhecimento formal, experimental e estudo ambiental. Ciência & Ensino, Campinas, n. 3, dez. 1997.
ARAÚJO, Mauro Sérgio Teixeira de; ABIB, Maria Lúcia Vital dos Santos. Atividades Experimentais no Ensino de Física: diferentes enfoques, diferentes finalidades. Revista Brasileira de Ensino de Física, São Paulo, v. 25, n. 2,p. 176-194, 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbef/v25n2/a07v25n2.pdf>. Acesso em: 15. Mar. 2017.
BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2002. 229p.
_______. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2009. 281 p.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular. (1ª versão). Brasília, 2015. Disponível em: <http://historiadabncc.mec.gov.br/documentos/BNCC-APRESENTACAO.pdf>. Acesso em: 24. Abr. 2017.
_______ . Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular. (2ª versão). Brasília, 2015. Disponível em: <http://historiadabncc.mec.gov.br/documentos/bncc-2versao.revista.pdf>. Acesso em: 24 Abr. 2017.
CHALMERS, Alan Francis. O que é Ciência afinal? São Paulo: Ed. Brasiliense, 1993. 225p.
CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais. São Paulo: Cortez, 1991. 164p.
DELIZOICOV, Demétrio; ANGOTTI, José André Perez. Física. Coleção Magistério - 2º Grau. São Paulo/BRA: Cortez, 1991.
ESTADO DA BAHIA. Orientações Curriculares Estaduais para o Ensino Médio. írea de Linguagem, Código e suas Tecnologias. 2005. Disponível em: http://.file:///C:/Users/usuario/Downloads/orientacoes-gerais.pdf. Acesso em: 18 de Mar. 2017.
FEYERABEND, Paul. Contra o Método. Lisboa: Relógio D' ígua, 1993. 364p.
GASPAR, Alberto. Cinquenta Anos de Ensino de Física: muitos equívocos, alguns acertos e a necessidade do resgate do papel do professor. Educação, v. 13, n. 21, p. 71-91, 2004.Disponível em: <http://www.if.ufrgs.br/public/enas/Gaspar.pdf>. Acesso em: 25. Mar. 2017.
GASPAR, Alberto; MONTEIRO, Isabel Cristina de Castro. Atividades Experimentais de Demonstração em Sala de Aula: uma análise segundo o referencial da teoria de Vygotsky. Investigações em Ensino de Ciências, Porto Alegre, v. 10, n. 2, p. 227-254, 2005.Disponível em: <https://www.if.ufrgs.br/cref/ojs/index.php/ienci/article/view/518/315>. Acesso em: 10. Abr. 2017.
HASHWEH, Maher Z. Effects of Science Teachers"™ Epistemological Beliefs in Teaching. Journal of Research in Science Teaching, ed. 33, n. 1, p. 47-63, 1996.
HIGA, Ivanilda; BOAVENTURA DE OLIVEIRA, Odisséa. A Experimentação nas Pesquisas sobre o Ensino de Física: fundamentos epistemológicos e pedagógicos. Educar em Revista, Curitiba, v. 28, n. 44, p. 75-92, 2012. Disponível em: <http://revistas.ufpr.br/educar/article/view/27873/18479>. Acesso em: 05. Maio. 2017.
KUHN, Thomas Samuel. A Estrutura das Revoluções Científicas. Perspectiva. São Paulo,1978. 264 p.
LUZ, Vladimir de Carvalho. Neopositivismo e Teoria do Puro Direito: notas sobre a influência do verificacionismo lógico no pensamento de Hans Kelsen. Revista Sequência, Florianópolis,v. 24, n. 47,p. 11-31, 2003. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/sequencia/article/view/15276/13880>. Acesso em: 10. Jun. 2017.
MARQUES, Nelson Luiz Reyes. Epistemologia do Século XX. Trabalho de Conclusão de Curso. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense. Pelotas, 2013.
MASSONI, Neusa Teresinha. Epistemologias do século XX. Textos de apoio ao professor de física, v.16, n. 3. Porto Alegre: UFRGS, Instituto de Física, Programa da Pós-Graduação em Ensino de Física, 2005. 96 p. Disponível em: <https://www.if.ufrgs.br/tapf/v16n3_Massoni.pdf>. Acesso em: 18. Abr. 2017.
MOREIRA, Marco Antônio. Teorias da Aprendizagem. São Paulo: EPU, 1999. 195p.
_______. Ensino de Física no Brasil: retrospectiva e perspectivas. Revista Brasileira de Ensino de Física, Porto Alegre,v. 22, n. 1, p. 94-99, 2000. Disponível em: <http://www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/v22a13.pdf>. Acesso em: 05. Maio. 2017.
MORTIMER, Eduardo Fleury. Pressupostos Epistemológicos para uma Metodologia de Ensino de Química: mudança conceitual e perfil epistemológico. Química Nova, São Paulo, v. 15, n. 3, p. 242-249, 1992. Disponível em: <http://quimicanova.sbq.org.br/imagebank/pdf/Vol15No3_242_v15_n3_%2814%29.pdf>. Acesso em: 08. Maio. 2017.
PARANí. Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Física. Paraná, 2008.98 p. Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/diretrizes/dce_fis.pdf>. Acesso em: 20. Abr. 2017.
POPPER, Karl Raimund. Conhecimento Objetivo. São Paulo: EDUSP, 1975. 394p.
RICARDO, Élio Carlos; FREIRE, Janaína C. A. A Concepção dos Alunos sobre a Física do Ensino Médio: um estudo exploratório. Revista Brasileira de Ensino de Física, São Paulo,v. 29, n. 2,p. 251-266, 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbef/v29n2/a10v29n2.pdf>. Acesso em: 27. Maio. 2017.
SÉRÉ, Marie-Geneviève; COELHO, Suzana Maria; NUNES, António Dias. O Papel da Experimentação no Ensino da Física. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, Porto Alegre, v. 20, n.1, p.30-42, abr. 2003.
SILVEIRA, Fernando Lang da; OSTERMANN, Fernanda. A Insustentabilidade da Proposta Indutivista de "descobrir a lei a partir de resultados experimentais". Caderno Catarinense de Ensino de Física, Florianópolis, v. 19, n. especial, p. 7−27, 2002.
VASCONCELOS, Clara; PRAIA, João Félix; ALMEIDA, Leandro S. Teorias de Aprendizagem e o Ensino/aprendizagem das Ciências: da instrução í aprendizagem. Psicologia Escolar e Educacional, Campinas, v. 7, n. 1, p. 11-19, 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-85572003000100002&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em: 12. Maio. 2017.