Representações sociais de saúde e doença entre acadêmicos de medicina
DOI:
https://doi.org/10.33871/23594381.2020.18.1.121-135Keywords:
Processo Saúde-Doença, Saúde, Doença, Estudantes de Medicina.Abstract
As representações sociais de Saúde e Doença e das causas para o adoecimento são diversas e recebem a influência do contexto sócio-histórico-cultural. O objetivo deste estudo foi conhecer as representações sociais de saúde e doença partilhadas por acadêmicos do curso de medicina. Abordagem metodológica foi qualitativa, com referencial teórico das Representações Sociais e dos pressupostos da Teoria do Núcleo Central (ABRIC) e a análise foi a de conteúdo. Participaram desse estudo o total de 336 acadêmicos: 50 ingressantes, 176 do sexto semestre e 110 do décimo segundo semestre do curso. Os resultados evidenciam que o significado da palavra saúde para os participantes de pesquisa está associado a um conceito mais amplo de bem-viver, com evocações tais como: bem-estar, felicidade, alegria, equilíbrio, paz, tranquilidade, satisfação, energia, disposição e plenitude. As palavras classificadas dentro da área temática do modelo ampliado de saúde foram: qualidade de vida, família, social, biopsicossocial, espiritual, promoção e prevenção. De forma antagônica, os significados da palavra doença foram relacionados à limitações do viver, com evocações como mal-estar, tristeza, sofrimento, dor, ruim, depressão, dificuldade, desconforto, cansaço, medo, ansiedade, solidão, fragilidade, angústia e incapacidade. A formação médica demonstrou propiciar a esses estudantes um contato conceitual com um modelo ampliado de saúde, entretanto, observou-se que, a aproximação é teórica e tênue. A relevância de alguns temas importantes para a formação médica ocupa espaço marginal nas representações sociais de saúde e doença dos estudantes desta pesquisa.
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