Processos avaliativos em larga escala e suas implicações para o Ensino de Química
DOI:
https://doi.org/10.33871/23594381.2017.15.4.1130Resumo
Neste artigo apresentamos os resultados de uma investigação que teve como objeto de pesquisa questões de Química de alguns exames avaliativos, como o ENEM e o Vestibular. Para a realização de tal estudo procuramos levantar características que permitissem estabelecer relações entre os tipos de questões e as concepções de ciência e de ensino, bem como as possíveis implicações para o Ensino de Química. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa em que se fez uso dos procedimentos da análise de conteúdo para os encaminhamentos metodológicos. Mediante as análises pudemos evidenciar questões reprodutivas e produtivas nos dois exames, com predomínio da primeira categoria no Vestibular, exigindo dos estudantes memorização de fatos e nomes, definições e exemplos, características coerentes com o modelo de ensino denominado por transmissão-recepção. Por sua vez, nas questões do ENEM, embora também constatada a presença de questões reprodutivas, houve predomínio de questões produtivas, caracterizadas por apresentarem algum contexto, proporem novas situações e relacionarem diferentes variáveis, aspectos enfatizados no modelo de ensino sócio-
-construtivista.
Downloads
Referências
ALLEN, D.; TANNER, K. Approaches to Cell Biology Teaching: Questions about Questions. Cell Biology Education, v.1, p.63-67, 2002.
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2011.
BARRIOS, A. M. Reflexiones Epistemologicas y Metodológicas en la Enseñanza de las Ciencias para todos in Proyecto Principal de Educación en América Latina y el Caribe − Unesco, Boletín 44, Chile, p.24-30, 1997.
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, Resolução CEB n.3 de 26 de junho de 1998.
______. Ministério da Educação (MEC), Secretaria de Educação Básica (SEB), Departamento de Políticas de Ensino Médio. Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Brasília: MEC/SEB, 2006.
______. Ministério da Educação (MEC), Secretaria de Educação Média e Tecnológica (Semtec). Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília: MEC/Semtec, 2000.
______. Secretaria do Ensino Médio e Tecnológico. PCN+: ensino médio – orientações complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. MEC/SEMTEC, 2002.
BROIETTI, F. C. D. O ENEM, o vestibular e o ensino de química: o caso da Universidade Estadual de Londrina. Tese (Programa de Pós-Graduação em Educação para Ciência e a Matemática). UEM, 2013.
CACHAPUZ, A.; GIL-PÉREZ, D.; CARVALHO, A. M. P. de; PRAIA, J.; VILCHES, A. A necessária renovação do ensino das Ciências. São Paulo: Cortez, 2005.
CARVALHO, A. M. P. de; GIL-PÉREZ, D. Formação de professores de ciências. 8. ed. São Paulo: Cortez Editora, 2006.
CARVALHO, C. J.; DOURADO, L. A formulação de questões a partir de cenários problemáticos: um estudo com alunos de ciências naturais do 3º ciclo do ensino básico português. In: Actas do X Congresso Internacional Galego-Português de Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho, 2009.
CHIN, C. Learning in Science: what do students"™ questions tell us about their thinking? Education Journal, v.29, n.2, p.85-103, 2001.
CHIN, C.; CHIA, L. Problem-based learning: using students"™ questions to drive knowledge construction. Science Education, v.88, n.5, p.707-727, 2004.
CHROBAK, R.; BENEGAS, M. L. Mapas conceptuales y modelos didácticos de profesores de química. In: Concepts Maps: Theory, Methodology, Technology. Proc. of the Second Int. Conference on Concept Mapping. San José, 2006.
CUSTODIO, E. Representació d"™ objectius i de criteris d"™avaluació a la classe de Ciències. Trabajo de investigación del programa de doctorado en Didí ctica de les Ciències de la UAB, 1996.
DAHLGREN, M. A.; ÖBERG, G. Questioning to learn and learning to question: structure and function of problem-based learning scenarios in environmental science education. Higher Education, n.41, p.263-282, 2001.
DRIVER, R.; ASOKO, H.; LEACH, J.; MORTIMER, E.; SCOTT, P. Construindo o conhecimento científico na sala de aula. Química na Nova Escola, n.9, p.31-40, 1999.
ENERO, N. S. La Evaluación de los aprendizajes. In: GAIRIN, J.; SANMARTí, N. S. La Evaluación Institucional. Ministerio Educación. Argentina, cap.2, 1998.
FERNANDES, D. Avaliação das aprendizagens: desafios í s teorias, práticas e políticas. Lisboa: Texto Editores, 2005.
FERNíNDEZ, I.; GIL-PÉREZ, D.; VALDÉS, P.; VILCHES, A. ¿Qué visiones de la ciencia y la actividade científica tenemos y transmitimos? In: GIL-PÉREZ, D.; MACEDO, B.; MARTINEZ TORREGROSA, J.; SIFREDO, C.; VALDÉS, P.; VILCHES, A. (Org.). ¿Cómo promover el interés por la cultura científica? Santiago, p.29-62, 2005.
GARCíA PÉREZ, F. F. Los modelos didácticos como instrumento de análisis y de intervención en la realidad educativa. Biblio3W. Revista Bibliográfica de Geografía y Ciencias Sociales. [Revista electrónica de la Universidad de Barcelona, n.207, 2000]. Disponível em: <http://www.ub.es/geocrit/b3w-207.htm>. Acesso em: 23 ago. 2016.
GIL-PÉREZ, D.; MARTíNEZ TORREGROSA, J. ¿Para qué y cómo evaluar? In: GIL-
-PÉREZ, D.; MACEDO, B.; MARTINEZ TORREGROSA, J.; SIFREDO, C.; VALDÉS, P.; VILCHES, A. (Org.). ¿Cómo promover el interés por la cultura científica? Santiago, p.159-182, 2005.
KRASILCHIK, M. Reformas e realidade: o caso do ensino das ciências. Em Perspectiva, v.14, n.1, p.85-93, 2000.
LOUREIRO, I. M. G. A Aprendizagem baseada na resolução de problemas e a formulação de questões a partir de contextos problemáticos: um estudo com professores e alunos de Física e Química. Tese de Mestrado. Braga: Universidade do Minho, 2008.
MAIA, P. F.; JUSTI, R. Desenvolvimento de habilidades no ensino de ciências e o processo de avaliação: análise da coerência. Ciência & Educação, v.14, n.3, p.431-50, 2008.
MALDANER, O. A. A formação inicial e continuada de professores de Química. 3. ed., Ijuí: Ed. Unijuí, 2006.
OLIVEIRA, P. C. B. da S. A formulação de questões a partir de contextos problemáticos: um estudo com alunos dos Ensinos Básico e Secundário. Tese de Mestrado. Braga: Universidade do Minho, 2008.
PORLíN, R.; MARTíN DEL POZO, R. Ciencia, profesores y enseñanza: unas relaciones complejas. Alambique – Didáctica de las Ciencias Experimentales, n.8, p.23-32, 1996.
PORLíN, R.; RIVERO A.; MARTíN DEL POZO, R. Conocimiento profesional y epistemología de los profesores I: teoría, métodos e instrumentos. Enseñanza de las Ciencias, v.15, n.2, p.155-173, 1997.
SANMARTí, N. 10 ideas clave: evaluar para aprender. España: Editora Grao, 2007.
______. Didáctica de las ciencias en la educación secundaria obligatoria. Síntesis Educación, 2002.
SANMARTí, N.; ALIMENTI, G. La evaluación refleja el modelo didáctico: análisis de actividades de evaluación planteadas em clases de química. Revista Educación Química, v.15, n.2, p.120-128, 2004.
SANMARTí, N.; GARCIA, P. Interrelaciones entre los enfoques curriculares CTS y los enfoques de la evaluación. Pensamiento Educativo, v.25, p.265-298, 1999.
TAMIR, P.; AMIR, R. Retrospective curriculum evaluation: an approach to evaluation of long term effects. Curriculum inquiry, v.11, 1981.
TORT, M. R. Cuestionando las cuestiones. Alambique – Didáctica de la Ciencias Experimentales, n.45, p.9-17, 2005.