Representações sociais de saúde e doença entre acadêmicos de medicina

Autores

  • Rossana Andressa Mazzaro de Figueirêdo Faculdades Pequeno Prí­ncipe - FPP
  • Romilda Teodora Ens Pontifí­cia Universidade Católica do Paraná - PUCPR
  • Jaqueline Salanek Oliveira Nagel Pontifí­cia Universidade Católica do Paraná - PUCPR
  • Suely Grosseman Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
  • Leide da Conceição Sanches Faculdades Pequeno Prí­ncipe - FPP

DOI:

https://doi.org/10.33871/23594381.2020.18.1.121-135

Palavras-chave:

Processo Saúde-Doença, Saúde, Doença, Estudantes de Medicina.

Resumo

As representações sociais de Saúde e Doença e das causas para o adoecimento são diversas e recebem a influência do contexto sócio-histórico-cultural. O objetivo deste estudo foi conhecer as representações sociais de saúde e doença partilhadas por acadêmicos do curso de medicina. Abordagem metodológica foi qualitativa, com referencial teórico das Representações Sociais e dos pressupostos da Teoria do Núcleo Central (ABRIC) e a análise foi a de conteúdo. Participaram desse estudo o total de 336 acadêmicos: 50 ingressantes, 176 do sexto semestre e 110 do décimo segundo semestre do curso. Os resultados evidenciam que o significado da palavra saúde para os participantes de pesquisa está associado a um conceito mais amplo de bem-viver, com evocações tais como: bem-estar, felicidade, alegria, equilí­brio, paz, tranquilidade, satisfação, energia, disposição e plenitude. As palavras classificadas dentro da área temática do modelo ampliado de saúde foram: qualidade de vida, famí­lia, social, biopsicossocial, espiritual, promoção e prevenção. De forma antagônica, os significados da palavra doença foram relacionados à limitações do viver, com evocações como mal-estar, tristeza, sofrimento, dor, ruim, depressão, dificuldade, desconforto, cansaço, medo, ansiedade, solidão, fragilidade, angústia e incapacidade. A formação médica demonstrou propiciar a esses estudantes um contato conceitual com um modelo ampliado de saúde, entretanto, observou-se que, a aproximação é teórica e tênue. A relevância de alguns temas importantes para a formação médica ocupa espaço marginal nas representações sociais de saúde e doença dos estudantes desta pesquisa.

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Biografia do Autor

Rossana Andressa Mazzaro de Figueirêdo, Faculdades Pequeno Prí­ncipe - FPP

Mestre em Ensino nas Ciências da Saúde pela Faculdades Pequeno Prí­ncipe. Docente do curso de Medicina da Universidade Positivo.

Romilda Teodora Ens, Pontifí­cia Universidade Católica do Paraná - PUCPR

Doutora em Educação. Docente do Programa de Mestrado e Doutorado em Educação da Pontifí­cia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Pesquisadora Produtividade pela Fundação Araucária – Paraná. Pesquisadora Associada da Fundação Carlos Chagas, participando do Centro Internacional de Estudos em Representações Sociais, Subjetividade – Educação (CIERS-ed). Curitiba, Paraná, Brasil.

Jaqueline Salanek Oliveira Nagel, Pontifí­cia Universidade Católica do Paraná - PUCPR

Doutoranda em Educação pela PUCPR. Pedagoga da Rede Municipal de Ensino de Curitiba/PR.

Suely Grosseman, Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC

Doutora em Engenharia de Produção. Docentedo Departamento de Pediatria da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC (Florianópolis - SC) e do Mestrado em Ensino nas Ciências da Saúde das Faculdades Pequeno Prí­ncipe – FPP

Leide da Conceição Sanches, Faculdades Pequeno Prí­ncipe - FPP

Doutora em Sociologia. Docente do Programa de Mestrado em Ensino nas Ciências da Saúde das Faculdades Pequeno Prí­ncipe- FPP. Docente das graduações em saúde da FPP. Membro do Comitê de Ética em Pesquisa da FPP. Membro do Grupo de Pesquisa em Sociologia da Saúde (UFPR). Curitiba- PR.

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Publicado

2020-04-16