A RUPTURA DO MUNDO

o espaço como forma simbólica em representações cristológicas na arte da Maniera em Florença

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33871/sensorium.2024.11.9934

Resumo

A constituição perspéctica do espaço pictórico é um dos elementos-chave dos estudos historiográficos dedicados ao maneirismo enquanto movimento artístico, ainda que persista uma lacuna de trabalhos específicos sobre a peculiaridade da articulação espacial destas obras. O presente artigo busca contribuir para solucionar esta carência, sustentando-se tanto em uma diversidade de diferentes fontes, incluindo tanto estudos clássicos sobre a Maniera, quanto contribuições recentes, provenientes de campos diversos, incluindo a teologia, a filosofia e a historiografia da arte. Argumenta-se que o tratamento perspéctico de um grupo de pinturas maneiristas protagonizando Cristo, executadas por artistas florentinos na primeira metade do século XVI, vincula-se a uma tradição teórica e artística que fundamentou a arte icônica bizantina, ambos compartilhando de um mesmo repertório filosófico, religioso e artístico, enraizado no neoplatonismo e no misticismo cristão, influências ativas na cultura europeia entre o final do Quattrocento e o século seguinte. Nestes termos, intenciona-se fornecer uma contribuição para o estudo da arte renascentista, de modo geral, e do movimento maneirista enquanto fenômeno estético, em particular, bem como sugerir novas possibilidades analíticas, teóricas e metodológicas para o estudo iconológico das obras de arte.

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Biografia do Autor

Thainan Noronha de Andrade, UNIFESP

Doutor em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), atualmente faz estágio pós-doutoral em História da Arte pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Estuda temas ligados à história da arte, ao esoterismo ocidental e à história das ideias, privilegiando tópicos situados entre a Antiguidade e a Idade Moderna europeias, concentrados na recepção da tradição clássica. Dentro deste espectro, investiga questões ligadas à iconologia e teoria da arte, neoplatonismo, hermetismo, alquimia, Kabbalah, astrologia e filosofia oculta renascentista, em especial, no que tange ás interfaces teóricas e iconológicas entre arte, simbolismo, alegoria e o esoterismo ocidental.

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Publicado

2024-12-20

Edição

Seção

Artigos