MEMÓRIA VISUAL NA ERA DIGITAL

O Papel da Xilogravura em Manipulações

Autores

  • rafael pagatini Universidade Federal do Espírito Santo

DOI:

https://doi.org/10.33871/sensorium.2024.11.9650

Resumo

O artigo explora o processo de desenvolvimento da obra Manipulações (2016), criada pelo autor, analisando a interação entre imagens digitais e analógicas, com ênfase na memória visual relacionada à ditadura militar no Brasil e às Jornadas de Junho de 2013. Utilizando a técnica da xilogravura, a obra transforma uma imagem digital de baixa resolução, extraída do Facebook, em um objeto físico, destacando as tensões entre a efemeridade do digital e a permanência do analógico. Inspirada pela teórica e artista Hito Steyerl, que descreve certas imagens contemporâneas como "cópias em movimento" que perdem qualidade à medida que circulam amplamente, Manipulações explora essa degradação, ressignificando as imagens por meio de sua materialização. A obra também problematiza o papel dos algoritmos das redes sociais na construção da memória visual, revelando como essas plataformas filtram e priorizam determinadas narrativas, enquanto outras são marginalizadas. Ao evocar práticas de resistência visual e conectá-las às técnicas tradicionais da gravura, Manipulações questiona as narrativas dominantes e sugere novas formas de engajamento afetivo e crítico com a história. A obra busca assim não apenas preservar, mas também transformar as narrativas visuais, demonstrando a relevância contínua da gravura como meio de expressão na era digital. Em última instância, Manipulações busca contribuir para um imaginário cultural mais amplo e inclusivo, capaz de acolher múltiplas vozes e reconfigurar as narrativas visuais contemporâneas.

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Publicado

2024-11-28

Edição

Seção

Dossiê: Poética gravada: processos, contaminações e conexões