Arte, jogo e ludicidade: uma experiência emergencial de ensino e extensão remotos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33871/23580437.2021.8.2.015-031

Palavras-chave:

Ensino de arte, Jogos, Estética

Resumo

Este artigo se dedica a expor algumas reflexões acerca das relações entre arte e jogo surgidas a partir da experiência de ensino remoto emergencial intitulada Jogos, Poéticas, Estratégias e Gameficação JPEG, como parte do Campo Remoto, atividade remota emergencial desenvolvida no âmbito dos cursos de artes visuais da Universidade Estadual do Paraná – Campus Curitiba I, no ano de 2020, em razão da pandemia da Covid-19. Dessa experiência surgiu um projeto de extensão universitária chamado Fabrica Ludi, cujo objetivo é desenvolver jogos que têm por tema o universo das artes visuais. Tomando como ponto de partida as teorizações de Johann Huizinga (Homo ludens) e Roger Caillois (Os jogos e os homens) sobre os jogos, são estabelecidos paralelos com o conceito filosófico da autonomia da arte e com a presença da noção de jogo em pensadores como Friedrich Schelling e Ludwig Wittgenstein. A partir desse arcabouço teórico, são apresentados e discutidos dois jogos criados pela equipe do projeto Fabrica Ludi: The Artworld e Gira-gira da arte, em que os conceitos de "mundo da arte" de Arthur Danto e o de ironia como tropo formativo da historiografia, de Hayden White, são empregados para estabelecer situações de ludicidade.

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Biografia do Autor

Fabricio Vaz Nunes, Universidade Estadual do Paraná - Campus Curitiba I - Escola de Música e Belas Artes do Paraná

Professor adjunto da Universidade Estadual do Paraná, Campus I (Escola de Música e Belas Artes do Paraná). Mestre em História da Arte pela Universidade Estadual de Campinas e Doutor em Letras pela Universidade Federal do Paraná. Atualmente desenvolve pesquisas sobre as relações entre arte e literatura, com ênfase na literatura fantástica latino-americana. Curitiba/PR, Brasil. Link para o Currí­culo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9474013624820606.

Anderson Bogéa, Universidade Estadual do Paraná - Campus Curitiba I - Escola de Música e Belas Artes do Paraná e Campus Curitiba II - Faculdade de Artes do Paraná

Atualmente eÌ professor de EsteÌtica, Filosofia e Teoria da Arte na Universidade Estadual do ParanaÌ, em Curitiba, no Campus I (Escola de Belas-Artes do ParanaÌ) e no Campus II (Faculdade de Artes do ParanaÌ). Mestre em Filosofia pela UFPB e Doutor em Filosofia pela UFPR. EÌ membro do Núcleo de Estudos Discursivos em Arte e Design (NEDAD), e do NuÌcleo de Artes Visuais (NAVIS). Link para o Currí­culo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5690969862394264.

Luiz Carlos Sereza, Universidade Estadual do Paraná - Campus Curitiba I - Escola de Música e Belas Artes do Paraná

Atualmente é professor de História da Arte na Universidade Estadual do Paraná, Campus I (Escola de Música e Belas Artes do Paraná). Doutor em História pela Universidade Federal do Paraná (UFPR - 2015), Mestre em História pela Universidade Federal do Paraná (UFPR - 2008). É pesquisador vinculado ao Núcleo de Artes Visuais (NAVIS). Desenvolve pesquisas nas áreas de História com ênfase em História e Cinema, História da Arte, Ficção Policial e Crime. Link para o Currí­culo Lattes http://lattes.cnpq.br/3787622957343646.

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Publicado

2021-10-01

Edição

Seção

Dossiê Campo Remoto