A IMAGEM DE MARIA BUENO NA REPRESENTAÇÃO ARTÍSTICA DE RAUL CRUZ

Autores

  • Emerson Persona Unespar.
  • Luciana Martha Silveira Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade (PPGTE/UTFPR)

DOI:

https://doi.org/10.33871/23580437.2017.4.2.015-030

Palavras-chave:

Maria Bueno, Raul Cruz, Arte, Sacralização, Branqueamento.

Resumo

O objetivo deste artigo é estudar as representações artí­sticas das imagens de Maria Bueno (1854-1893), especificamente na pintura "Retrato de Santa Maria Bueno" , de Raul Cruz. Com este objetivo, analisam-se as particularidades e o contexto de produção desta pintura, dentro do universo do artista. As imagens de Maria Bueno são sacralizadas por parte da população da capital paranaense e, sendo assim, estuda-se neste trabalho o seu processo de sacralização. A partir de seu assassinato em 29 de janeiro de 1893, começam a lhe ser atribuí­dos milagres. Uma vez que não existe nenhum registro fotográfico da aparência de Maria Bueno, pensa-se também sobre a construção do branqueamento de seu tom de pele na sua representação em imagens. No caso de Maria Bueno, existem duas versões sobre sua real aparência, uma delas descrita como branca e a outra como negra, pois se tem que foi filha de pai branco e mãe negra. No entanto, desde as suas primeiras representações imagéticas, ela foi evidenciada com a pele branca. Exemplos desta representação branqueada são imagens feitas pelo pintor norueguês Alfredo Andersen (1860-1935) e também a pintura do artista plástico paranaense Raul Cruz (1957-19). Para se atingir o objetivo deste trabalho, discorreu-se sobre a imagem como construção do indiví­duo, passando pela construção da imagem do branco e do negro e a representação do corpo branco nas imagens sacralizadas da igreja. O exercí­cio de análise dessas imagens trouxe um foco diferenciado à produção artí­stica da imagem de Maria Bueno, uma vez que evidencia o viés da construção ideológica dessa imagem no sentido da sua sacralização e branqueamento de seu tom de pele.

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Biografia do Autor

Emerson Persona, Unespar.

Emerson Persona, possui Mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade (PPGTE) da UTFPR. Especialização em História da Arte pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná – EMBAP – Unespar Campus I e Graduação em Superior em Pintura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná – EMBAP. Atualmente é Professor Substituto Especialização em História da Arte pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná – EMBAP – Unespar Campus I e atua como artista visual.

Luciana Martha Silveira, Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade (PPGTE/UTFPR)

Luciana Martha Silveira possui Pós-Doutorado em Cor e Arte pela Universidade de Michigan EUA (2009-2010), Doutorado em Comunicação e Semiótica pela Pontifí­cia Universidade Católica de São Paulo (2002), Mestrado em Multimeios pela Universidade Estadual de Campinas (1994) e Bacharelado e Licenciatura em Artes pela Universidade Estadual de Campinas (1989). É autora do livro ¨Introdução í  Teoria da Cor¨, publicado pela Editora UTFPR, 2015. Atualmente é Professora Associada da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), atuando no curso de graduação em Design e no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade (PPGTE) como orientadora de mestrado e doutorado.

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Publicado

2017-12-19

Edição

Seção

Artigos