Arte Angolana Contemporânea: Ruína, Arquivo e Dever Crítico de Memória na Poética de duas Gerações de Artistas
DOI:
https://doi.org/10.33871/23580437.2020.7.2.052-066Palabras clave:
Arquivo, Memória, Artes visuais em Angola, António Ole, Kiluanji Kia Henda.Resumen
Do século XV ao XX Angola esteve sob o poder dos portugueses. Entre 1961 e 1974 ocorreram lutas organizadas pela independência, conquistada em 1975. Após esse período, iniciaram-se conflitos internos (oriundos de estruturas políticas e civis construídas pelo colonizador europeu) que só foram encerrados em 2002. Diante desse quadro histórico, cujas marcas ressoam na sociedade angolana, a nação ainda luta para reerguer seu espaço e preservar a memória. Em um país ainda deficitário em museus e em centros de arquivos, alguns artistas têm desempenhado um papel fundamental: por um lado, desarquivam o passado, revisitando-o criticamente; por outro, fazem de suas produções um arquivo (estético, ético e político) contra o esquecimento, construindo uma memória das lutas, das vítimas e dos rastros da violência colonial. Nesse contexto, este artigo, fruto de pesquisa de doutorado em andamento, procura, em primeiro momento, pensar como Angola ainda ressoa o que Michel Foucault denomina "heterotopias" e "heterocronias" coloniais. Após, são analisadas obras de António Ole e Kiluanji Kia Henda, artistas angolanos de duas diferentes gerações, que têm se debruçado sobre a temática de que aqui tratamos, isto é, as relações entre arte contemporânea angolana, arquivo e memória.
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