O VIRTUAL A PARTIR DO VISUAL: RELAÇÕES ENTRE ARTE E TECNOLOGIA NA OBRA DE MAÍRA DAS NEVES

Authors

  • Fernanda Bornancin Santos Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) – Campus Curitiba, Programa de Pós-Graduação em Tecnologia (PPGTE), linha de pesquisa "Mediações e Culturas". Curitiba, Paraná, Brasil.
  • Marilda Lopes Pinheiro Queluz Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) – Campus Curitiba, Programa de Pós-Graduação em Tecnologia (PPGTE), linha de pesquisa "Mediações e Culturas". Curitiba, Paraná, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.33871/23580437.2017.4.2.074-086

Keywords:

Interdisciplinaridade, Arte Contemporânea

Abstract

Em tempos de grande trânsito informacional e de sensação de mudanças tecnológicas em continuum, este artigo propõe uma leitura de quatro obras da artista brasileira Maí­ra das Neves. As obras analisadas foram selecionadas a partir do acervo digital da artista (www.mairadasneves.art.br), por sua vez composto por fotografias, textos e links sobre o contexto de produção dos trabalhos, no intuito de pensar como processos artí­sticos podem sugerir reflexões a respeito do caráter sócio-cultural da tecnologia. No bordado Enduro, por exemplo, ao representar o pixel como ponto cruz, a artista possibilita pensarmos sobre o não automatismo do desenvolvimento de processos tecnológicos, ressaltando como a agência humana está sempre presente nas materialidades e nos conceitos de ciência e tecnologia que as constituem. Já na série imagética Contato, ao traduzir imagens de webcam para a fotografia e a pintura, Maí­ra das Neves trata de suas relações com essas imagens, destacando como o ato de se apropriar das mesmas e criar ví­nculos não ocorre de modo instantâneo. Por sua vez, na instalação Um Lance de Cartas e nas imagens do Setor Sul, a virtualidade é ainda mais deslocada da materialidade do computador, aproximando o imaginário técnico de processos subjetivos e sociais. Considerando os escritos de Oliver Grau a respeito das tentativas históricas de criação de espaços visuais imersivos na pintura e no cinema, assim como os estudos culturais da tecnologia, podemos refletir sobre como Maí­ra nos convida a pensar lendas, cartas de tarô, ponto cruz e discursos também como espaços imersivos. Espaços e materialidades que interpelam os modos pelos quais as pessoas constroem suas rotinas e se organizam socialmente.

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Published

2017-12-19

Issue

Section

Artigos