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“LUTO E MELANCOLIA” REVISITADO ATRAVÉS DA ARTE CONTEMPORÂNEA DE FLÁVIO DE CARVALHO E MAGGI HAMBLING

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33871/sensorium.2024.11.9266

Resumo

Neste artigo, ante ao tema da melancolia, articulamos as reflexões de Sigmund Freud, realizadas em 1917, ao trabalho de dois artistas contemporâneos que têm em comum, a representação post-mortem dos seus progenitores. Com eles, refletimos que, ocupar-se dos objetos de luto parece contribuir para restaurar as feridas causadas por esse sofrimento agudo. Flávio de Carvalho (1899-1973), artista brasileiro, ao longo da sua carreira aborda, de diferentes formas, o tema da morte. Destacamos a sua Série Trágica, na qual representa, com rigor intimista, a morte de sua mãe. A pintora Maggi Hambling, artista britânica (1945), aborda o tema da morte também, o qual tem um lugar de eleição na economia global da sua obra. Seleccionámos desenhos do seu Sketchbook, onde representa seu pai a morrer e depois da sua morte. Com uma abordagem metodológica qualitativa documental e comparativa, trabalhámos as iconografias e metapsicologia do luto presente nas obras em análise. Visa, assim, contribuir para trazer uma melhor compreensão sobre estas imagens que, abordando o tema da morte, de modo autobiográfico, colocam em cena o estranho do morrer e os seus impossíveis. Ante aos enigmas da morte e às dores da perda dos primeiros outros, revelam que a arte pode ser uma estratégia de comunicação e de elaboração. Desta análise, resulta mais claro o cerne e a missão da arte contemporânea, enquanto linguagem visual, que visa a acionar a dimensão da experiência e da implicação da recepção sobre a obra. Neste contexto, auxiliam a expressar o luto e os traços melancólicos decorrentes das perdas, bem como a dimensão reparatória e testemunhal da arte.

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Biografia do Autor

Teresa Lousa, Professora Auxiliar Convidada na FBAUL - Investigadora Integrada do CHAM-FCSH

Teresa Lousa, nasceu em 1978, em Lisboa, licenciou-se em Filosofia na FCSH. O seu interesse por Estética e História da Arte conduziu-a ao Mestrado em Teorias da Arte na FBAUL, que a despertou para o interesse por temas e autores da Teoria da Arte Portuguesa, nomeadamente Francisco de Holanda, autor que foi o alvo do seu Doutoramento concluí­do em 2013. Lecciona Estética desde 2008 e apresenta diversas sessões temáticas ao 3º ciclo (doutoramento em Ciências da Arte e do Património) na FBAUL. Actualmente é investigadora integrada do CHAM onde colabora com o Sub-grupo Gerações Hispânicas coordenado pelo Professor José Esteves Pereira. Tem participado em múltiplos colóquios internacionais e escrito artigos e capí­tulos em antologias em torno de temas tão diversos como: Humanismo, Renascimento, Neoplatonismo, Furor Divino e Inspiração, Melancolia, Arte Macabra, Estética do Horror, Estética da Morte, Estética e Sagrado, Sublime, Teoria do Génio, Pluralismo estético, etc...

Ana Lúcia Mandelli de Marsillac, Universidade Federal de Santa Catarina

Psicóloga, Psicanalista, Pós-doutoranda na Universidade Nova de Lisboa, Dra. Artes Visuais - História, teoria e crítica UFRGS. Professora Adjunta do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina. Professora do PPG em Psicologia UFSC (Área 2 – Psicologia Social e Cultura, Linha 1: Estética, processos de criação e política). Líder do Grupo de Pesquisa: Psicanálise, Processos criativos e Interações Políticas - LAPCIP/UFSC. Integrante do GT ANPEPP: Psicanálise, política e cultura. Pesquisadora das temáticas: corpo, arte, psicanálise e saúde mental. Vinculada à projetos de pesquisa e extensão atrelados aos temas: saúde, psicose, psicanálise e ato criativo. Membro da Associação Psicanalítica de Porto Alegre (APPOA).

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Publicado

2024-06-26 — Atualizado em 2024-06-27

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Seção

Dossiê - Melancolia e Arte