NIILISMO ATIVO E NIILISMO PASSIVO NA FILOSOFIA DE NIETZSCHE

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33871/27639657.2024.4.2.9769

Resumo

Ao estudar as obras de Nietzsche detendo o olhar ao problema do niilismo, percebe-se que ele pode assumir algumas formas. Encontramos um niilismo com potencial destruidor que poderá servir a dois princípios: destruidor e criador ou destruidor e suicida, o primeiro pode ser encontrado tal como na arte, e o segundo, nos ideias ascéticos da religião, por exemplo. O filósofo descreve que o niilismo pode ser sinônimo de poder ou de decadência: niilismo ativo e niilismo passivo. O niilismo ativo exprime força, mudança, radicalidade, afirmação elevando o indivíduo a uma existência desalienante. Enquanto o niilismo passivo, denota um indício de fraqueza, aceitação e resignação. Desta forma, na concepção de Nietzsche o niilismo assume uma estrutura dialética no sentido de que expõe um contramovimento, já que a negação pode ser utilizada para criar novos resultados, denota-se assim, uma negatividade produtiva do niilismo. O filósofo propõe então superar o niilismo por ele mesmo, fato que implica em tomar como antídoto o próprio veneno, tal medida, embora temerária, ainda é preferível a abandonar a humanidade ao lento suicídio do niilismo passivo. Portanto, trata-se de acelerar o curso, de escolher entre elevação ou declínio. Visto assim, o niilismo é abordado como um mal necessário, um estado intermediário patológico, o qual constitui uma prova difícil, tal como, “passar pelo fogo” para então se tornar um indivíduo resoluto e afirmador.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALVES, Marcelo. Camus - Entre o Sim e o Não a Nietzsche. Editora: Letras Contemporâneas, 2001.

CANCIAN, André. O Vazio da Máquina: Niilismo e outros abismos. Edição do autor:

Andre Cancian (c) 2009.

CONSTANTINIDÈS, Yannis. O niilismo extático como instrumento da grande política, publicado em Cadernos Nietzsche, nº 22, 2007, p. 127-151. Tradução: Francisco Edi de Oliveira Sousa. Revisão técnica: Vânia Dutra de Azevedo.

DELEUZE, Gilles. Gilles Deleuze: Nietzsche e a filosofia. Rio de Janeiro: Editora Rio, 1976.

GIACOIA Jr., O. Labirintos da Alma: Nietzsche e a auto-supressão da moral. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 1997.

GIACOIA Jr., O. O Leitor de Nietzsche. Rio de Janeiro: Editora Record, 2022.

GIACOIA Jr., O. Nietzsche: O humano como memória e como promessa. Rio de Janeiro:

Editora Vozes; 2ª edição, 2013.

GIACOIA Jr., O. O Platão de Nietzsche. In: Cadernos Nietzsche 3, p. 23-36, 1997.

GIACOIA Jr., O. Ressentimento e Vontade. Rio de Janeiro: Editora: VIA VERITA, 2021.

GILES. História do Existencialismo e da Fenomenologia. São Paulo: EPU, 1989.

GUERVÓS, Luis Enrique de Santiago. O antiniilismo estético e a superação do niilismo. Cadernos Nietzsche – Scielo Brasil, 2018.

LEFRANC, Jean. Compreender Nietzsche. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.

MARTON, Scarlett. Nietzsche: a transvaloração dos valores. São Paulo: Moderna, 1993.

MARTON, Scarlett. Prefácio. In: MÜLLER-LAUTER, Wolfgang. A doutrina da vontade de poder em Nietzsche. São Paulo: Annablume, 1997.

MAUTNER, Thomas. Dicionário de Filosofia. Lisboa: Edições Loyola, 2011.

MÜLLER-LAUTER, Wolfgang. Nietzsche: Sua filosofia dos antagonismos e os antagonismos de sua filosofia. São Paulo: Editora Unifesp, 2009.

NIETZSCHE, Friedrich. Além do Bem e do Mal: Prelúdio de uma filosofia do futuro. São Paulo: Companhia de Bolso, 2005.

NIETZSCHE, Friedrich. A Gaia Ciência. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

NIETZSCHE, Friedrich. A vontade de poder. Rio de Janeiro: Contraponto, 2008.

NIETZSCHE, Friedrich. Assim falou Zaratustra: um livro para todos e para ninguém.

São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

NIETZSCHE, Friedrich. Genealogia da Moral. São Paulo: Companhia de Bolso, 2009.

NIETZSCHE, Friedrich. Crepúsculo dos Ídolos. São Paulo: Companhia de Bolso, 2017.

NIETZSCHE, Friedrich. Ecce Homo. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2021.

NIETZSCHE, Friedrich. Humano, Demasiado Humano: Um livro para espíritos livres.

São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

NIETZSCHE, Friedrich. O Anticristo. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2021.

NIETZSCHE, Friedrich. O nascimento da tragédia, ou Helenismo e pessimismo. São

Paulo: Companhia de Bolso, 2007.

NIETZSCHE, Friedrich. Obras Incompletas. (Coleção Os Pensadores). São Paulo: Abril Cultural, 1983.

OLIVEIRA, Jelson. Negação e Poder: do desafio do niilismo ao perigo da tecnologia. Caxias do Sul, RS: Educs, 2018.

OLIVEIRA, Jelson. Niilismo e tecnologia. Filosofia Unisinos Unisinos Journal of Philosophy21(1):72-78, jan/apr 2020. Unisinos – doi: 10.4013/fsu.2020.211.07.

ROSSANO, Pecoraro. Niiilismo e pós modernidade: introdução ao “pensamento fraco” de Gianni Vattimo. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio: São Paulo: Loyola, 2005.

TURGUÊNIEV, Ivan. Pais e filhos. Editora: Companhia das Letras, 2019.

VATTIMO, Gianni. O Fim da Modernidade: Niilismo e hermenêutica na cultura pós-moderna. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

VEIT, Walter. Existential Nihilism: The Only Really Serious Philosophical Problem. Journal of Camus Studies. 2018

VIALLANEIX, Paul. The First Camus. New York: Vintage Books Edition, 1977.

VOLPI, Franco. O Niilismo. Rio de Janeiro: Editora Loyola, 1999.

ZAWADA, Kinga Anna. Détruire, créer, jouer: lire la folie de Caligula chez Camus. Revista Criação & Crítica, n. 10, p. 38-46, maio 2013.

Downloads

Publicado

2024-12-16

Como Citar

Ferreira de Lima, M. (2024). NIILISMO ATIVO E NIILISMO PASSIVO NA FILOSOFIA DE NIETZSCHE. Revista Paranaense De Filosofia, 4(2), 167–181. https://doi.org/10.33871/27639657.2024.4.2.9769

Edição

Seção

Artigos