O ARCO DA LIBERDADE NAS MEDITAÇÕES METAFÍSICAS
o exercício meditativo sob a lente filosófica de “ um outro” Martial Gueroult
Palabras clave:
Descartes, Martial Gueroult, Liberdade, D´úvida, CogitoResumen
O artigo analisa o exercício meditativo nas Meditações Metafísicas de Descartes a partir da perspectiva filosófica de Martial Gueroult, enfatizando o papel central da liberdade como eixo estrutural do sistema cartesiano. Em Filosofia da história da filosofia (1979), Gueroult postula que a liberdade é a lei fundamental dos sistemas filosóficos – tese que, embora não desenvolvida explicitamente em sua análise de Descartes, pode ser inferida na leitura da ordem das razões. O estudo demonstra que o percurso das Meditações (especialmente da Primeira à Terceira) e sua estrutura racional expressam também um ato volitivo, revelando a busca constante do sujeito meditativo por autonomia. Na Primeira Meditação, a liberdade se manifesta tanto como negação radical dos preconceitos quanto como capacidade de assentir ou negar representações; na Segunda, como autoconhecimento (constituição do cogito); e na Terceira, como superação do solipsismo por meio da demonstração da existência de Deus. Conclui-se que as Meditações podem ser lidas como um “arco da liberdade”, no qual a vontade, ao negar e fundamentar verdades, consolida a metafísica cartesiana.
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Citas
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