DO PENSAMENTO SENTADO AO MOVIMENTO CRISTAL: A CRIAÇÃO COREOGRÁFICA COMO REPADRONIZAÇÃO DE DEFICIÊNCIAS NORMATIVAS
DOI:
https://doi.org/10.33871/19805071.2017.17.2.2089Resumo
Deficiência tem sido frequentemente associada à incapacidade de andar ou de
realizar atividades diárias sem ajuda, em oposição à maioria das pessoas, que podemse mover livremente e são consideradas produtivas socialmente. No entanto, nas últimasdécadas, muitos estudos vêm indicando a exposição exacerbada da população à posiçãosentada, transformando-a em uma comodidade deformante. De fato, para sermos produtivosem nossas sociedades, nos movemos cada vez menos, passando a maior parte de nosso
tempo sentados. Esta posição disciplinar é alternada por modos compulsivos de movimento,que constroem corpos inflados para o consumo social. Escolas e universidades aindasão uma forma de perpetuar esta cisão, ensinando-nos como pensar sem a participaçãocorporal. Este contexto tem sido particularmente relevante para mim após uma cirurgiade hérnia inguinal em 2006, a qual lesionou um nervo de modo permanente, dificultandomuito ficar na posição sentada, bem como o acesso à maioria dos ambientes, dentro e fora
da universidade. Isto me inspirou a explorar minha deficiência em sessões de movimentocriativo, as quais me levaram à construção de diversas coreografias apresentadas no Brasile no exterior. Estes processos coreográficos fundados na diferença e na diversidade tem seperpetuado em ambientes diversos, desde palcos a salas de aula e a paisagens naturais,tanto quanto em conferências e publicações, borrando fronteiras entre normalidade eanormalidade, padrões sociais e conforto pessoal. Deste modo, a pesquisa através daprática da dança instala um ambiente de desafio, re-adaptação e transformação pessoal e
coletiva, exatamente como nos processos de crescimento da vida.
Palavras-chave: Movimento Autêntico. Análise Laban/Bartenieff de Movimento. PadrõesCristal. Deficiência. Repadronização.
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