CONTORNOS DA FIGURA FEMININA NA OBRA DE GUSTAV KLIMT: O MITO DESNUDADO
DOI :
https://doi.org/10.33871/19805071.2019.21.2.2856Résumé
RESUMO
O presente artigo parte da análise da obra do pintor Gustav Klimt (1862-1918), líder do movimento da "Secessão" , e figura da "Modernidade Vienense" . No panteão de Klimt, predomina a figura feminina, em sua nudez naturalista, banhada por elementos simbólicos, ornamentos dourados e mosaicos que se expandem até o infinito, tornando-se a marca do Jugendstil (Art Noveau); o uso do dourado, a profusão de flores, ilustram a opulência e a decadência, a permanência e a fugacidade – uma face da estética europeia no apagar das luzes do século XIX e alvorecer do século XX. Os mitos são uma fonte inesgotável para as metáforas presentes nas pinturas, seja na forma de narrativas e suas personagens, seja como grandes temas. Além da obra em questão, pretende-se retratar aspectos da trajetória de outro "vienense" [1], contemporâneo de Klimt, Sigmund Freud (1856-1939), estabelecendo entre ambos pontos de contato, notadamente dialógicos.
[1] O uso de aspas, aqui, destina-se a enfatizar que Freud não é natural de Viena, mas sim da Moravia, hoje parte da República Tcheca. Austríaco, Klimt nasceu na cidade de Baumgarten, próxima à capital. Viena foi um centro cultural, político e econômico considerável, capital do Império Austro-Húngaro (1867-1918), atraindo inúmeras famílias em busca de trabalho e melhores condições de vida. A biografia de ambos apresenta esse ponto de interseção; ao tornarem-se personagens conhecidas da vida na capital do Império, tanto Klimt quanto Freud misturam-se ao quadro vienense do fin-de-siècle.
Téléchargements
Références
ELIADE, Mircea. Aspectos do mito. Lisboa: Edições 70, 2000.
FLORES, Maria Bernardete Ramos. Androginia e Surrealismo a propósito de Frida e Ismael: velhos mitos: eterno feminino. Estudos Feministas, 22(3): 320, pg. 815-837, set/dez/2014.Disponível em https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/36748/28569. Acesso em 10.08.2019.
FREUD, Sigmund, Obras completas, volume 2: Estudos sobre a histeria. (1893-1895) em coautoria com Josef Breuer. Trad. Laura Barreto ; revisão da tradução Paulo César de Souza. São Paulo : Companhia das Letras, 2016
______. Obras completas, volume 18 : O Malestar na Civilização e outros textos. (1930-1936). Tradução Paulo César de Souza. São Paulo : Companhia das Letras, 2010.
FUCKS, Betty Bernardo. Freud e Judeidade: a vocação do exílio. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2000.
HOFMANN, Paul. Os Vienenses: esplendor, decadência e exílio. Trad. Raul de Sá Barbosa. Rio de Janeiro: José Olympio, 1996.
LALANDE, André. Vocabulário técnico e crítico da filosofia. São Paulo: Martins Fontes,1999.
LAPLANCHE, Jean; PONTALIS, Jean-Bertrand. Vocabulário de psicanálise. São Paulo: Martins Fontes, 1982.
LE RIDER, Jacques. A Modernidade Vienense e as crises de identidade. Trad. de Elena Gaidano. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1993.
NÉRET, Gilles. Gustav Klimt. 1862-1918. Trad. Jorge Valente. Köln, Alemanha: Taschen, 2000.
NERI, Regina. A Psicanálise e o Feminino: um horizonte da modernidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
PASTORE, Jassanan Amoroso Dias. Psicanálise e linguagem mítica. Ciência & Cultura.Campinas: UEC, v. 64, n.1, pg. 20-23, 2012. Disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252012000100009. Acesso em 11.08.2019.
ROUDINESCO, Elisabeth. Por que a Psicanálise? Rio de Janeiro: Zahar, 2000.
SCHORSKE, Carl E. Viena fin-de-siècle: política e cultura. Trad. Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.
WINOGRAD, Monah; MENDES, Larissa da Costa. Mitos e origens na psicanálise freudiana. Cad. Psicanál.-CPRJ, Rio de Janeiro, v. 34, n. 27, pg. 225-243, jul./dez. 2012. Disponível em: http://cprj.com.br/cadernos-de-psicanalise-n-27/ Acesso em 10.08.2019.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
Os autores detém os direitos autorais, ao licenciar sua produção na RevistaCientífica/FAP, que está licenciada sob uma licença Creative Commons. Ao enviar o artigo, e mediante o aceite, o autor cede seus direitos autorais para a publicação na referida revista.
Os leitores podem transferir, imprimir e utilizar os artigos publicados na revista, desde que haja sempre menção explícita ao(s) autor (es) e à Revista Científica/FAP não sendo permitida qualquer alteração no trabalho original. Ao submeter um artigo à Revista Científica/FAP e após seu aceite para publicação os autores permitem, sem remuneração, passar os seguintes direitos à Revista: os direitos de primeira edição e a autorização para que a equipe editorial repasse, conforme seu julgamento, esse artigo e seus metadados aos serviços de indexação e referência.