DISTÂNCIAS E APROXIMAÇÕES: EQUILÍBRIO ENTRE AS ARTES A PARTIR DE PENDULAR, DE JULIA MURAT
DOI :
https://doi.org/10.33871/19805071.2017.16.1.2066Résumé
Este artigo analisa a relação entre as artes a partir do filme Pendular (2017), de
Júlia Murat. Desde Horácio e seu "ut pictura poesis" , no século I a.C., passando por G. E.Lessing, no século XVIII, com o Laocoonte, até meados do século XX, com a publicaçãode Rumo a um mais novo Laocoonte, por Clement Greenberg, a relação entre as artes foiinvestigada fosse por um paralelo entre elas, fosse por suas especificidades. No decorrerdo último século, artistas como Merce Cunningham, John Cage e Trisha Brown pensaram eproduziram arte tanto sob a perspectiva de seus elementos idiossincráticos, como baseadonas profundas relações entre diferentes artes. Nesse sentido, Pendular permite supor que
as artes se desenvolveram sempre a partir de duas constantes: distância e aproximação. Ofilme aborda essa relação de equilíbrio entre as artes ao narrar o cotidiano de um escultore uma dançarina, suas interações afetivas e artísticas, além do modo como conciliam seusprocessos criativos, dividindo um mesmo espaço. Como resultado especulativo afirmaseque a interação entre artes distintas permite perceber que o que leva alguém a optarpor determinada expressão artística é mais do que uma familiaridade com uma técnica
específica, mas o fato de determinada forma artística ser a mais adequada para expressarsua subjetividade.
Palavras-chave: Filosofia da arte. Pendular. Cinema. Performance. Julia Murat.
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