Quando a casa é o inferno e 'palco' de fabulação
feminicídios e performance durante o confinamento
DOI:
https://doi.org/10.33871/19805071.2023.29.2.7994Palavras-chave:
Performance, Feminismos, Feminicídios, PandemiaResumo
Interessa nesse artigo aprofundar em duas propostas artísticas de performance, criadas e apresentadas durante a Pandemia da Covid-19, no período de quarentena, nas quais a visibilidade, a denúncia e a possibilidade de fabular criticamente - e de imaginar outros atributos da vida que não apenas os de descartável, anônima ou ausente - conduzem e trilham o percurso de cada trabalho. É assim que estabeleço diálogos com e entre os trabalhos de performance das artistas Priscila Rezende (BR) e XXX (PE), cujo tema central são os feminicídios e, decorrente disso, a urgência de nomear, de fazer memória, e de escrever a contra-história. Por outro lado, destaco que pensar, falar, performar e escrever sobre violência contra as mulheres, crianças e dissidências na América Latina traz de modo implícito uma abordagem na qual os marcadores sociais de raça, sexo-gênero e classe se atravessam de modo transversal. É a partir de uma abordagem transfeminista, e de pequenas (in)filtrações autobiográficas no texto, que o conceito e processo continuo de despatriarcalização se faz presente e urgente nas performances. Proponho, portanto, que performar contra o patriarcado é contribuir com seu colapso.
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