Timbres: a poética do som
A sarabanda de Handel em Barry Lyndon
DOI:
https://doi.org/10.33871/19805071.2022.27.2.6927Palavras-chave:
Cinema, Música, TrilhaResumo
O filme Barry Lyndon de Stanley Kubrick (1975), tornou-se mais uma das obras de referências do cinema. A trilha é impecável, com obras que vão do barroco ao romantismo, além de músicas tradicionais dos países envolvidos na Guerra dos 7 Anos. De Handel a Vivaldi, de Schubert a Rossini e das tradicionais e oficiais músicas irlandesas, como Women of Ireland e prussiana como Lilliburlero, Pfifes and Drums - o que pode ser ouvido no filme de Kubrick é uma polifonia de timbres. A Sarabanda, provavelmente composta entre 1703 e 1706, de Georg Friedrich Handel é um caso particularmente muito atrativo, pois além de funcionar como uma espécie de leitmotiv de momentos do protagonista, utiliza timbres diferentes em todas as suas entradas. A sarabanda ainda tem um recurso técnico importante que, que sugere ao espectador momentos de tensão, apreensão e continuidade: a anacruse. Esse recurso é normalmente utilizado em música e, como trilha, torna-se um fator imprescindível para a tensão antes dos dois duelos.
Downloads
Referências
BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. Tradução: Maria Ermantina Galvão. 3a ed.
São Paulo: Martins Fontes, 2000.
BOUCOURECHLIEV, Andre. A Linguagem Musical. Lisboa: Edições 70, 2003.
BUKOFZER, Manfred F. Music in the baroque era – from Monteverdi to Bach. New York: Norton & Company INC, 1954.
BUTLER, Jeremy G. Television Style. Nova York e Abingdon (UK): Routledge, 2010. CHION, Michel. A Audiovisão – Som e imagem no cinema. Lisboa: Texto & Grafia, 2008.
CIMENT, Michel. Kubrick – The Definitive Edition. New York: Calmann-Lèvy, 1980. CONTARINI, Silvia. Una retorica degli affetti: dall’epos al romanzo. Pisa: Pacini Editores,
DOLMETSCH, Arnold. The interpretation of the music of the 17th and 18th centuries. New York: Dover Publications, 2005.
ECO, Umberto. Apocalípticos e integrados. São Paulo: Perspectiva, 2001. ____________. Obra Aberta. 9a edição. São Paulo: Perspectiva, 2013.
HARNONCOURT, Nikolaus. O discurso dos sons. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998.
LOUREIRO, Maurício Alves e PAULA, Hugo Bastos de. Timbre de um instrumento musical: caracterização e representação. In: Per Musi, Belo Horizonte, n.14, 2006, p.57- 81.
McADAMS, Stephen e GIORDANO, Bruno L. The perception of musical timbre. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/224012550_The_perception_of_musical_ti mbre. [acessado em 13 de abril de 2021].
PALFREY, Rossman e AKBAROV, Azamat A. The Early Sarabande and Chaconne: Media lingua, stereotypes, and etmological speculation realating to African dance and literature in Colonial and Imperial Spain. In: Belgrade Bells, Bosnia-Herzegovina, doi: 10.18485/bells, 2015.7.9. pp. 177-189.
PINHEIRO, Luís Roberto. Coletânea de Música Eletroacústica Brasileira. Brasília: Sociedade Brasileira de Música Eletroacústica, 2009.
PULVER, Jeffrey. The ancient dance-forms. In: Procedings of the Musical Association, v. 39, 1912, pp. 1-25
RIDLEY, Aaron. A filosofia da música – tema e variações. Tradução: Luís Carlos Borges. São Paulo: Edições Loyola, 2008.
RODRIGUEZ, Ángel. A dimensão Sonora da linguagem audiovisual. São Paulo: Editora do Senac, 2006.
ROSEN, Charles. The classical Style - Haydn, Mozart et Beethoven. New York: Norton & Company Ltd, 1998.
______________. A Geração romântica. São Paulo: EdUSP, 2000.
STEVENSON, Robert. Music in Aztec & Inca Territory. California: University of California
Press, 1968.
TESAURO, Emmanuele. IL Cannocchiale Aristotelico, o Sia Idea dell'Arguta Et Ingeniosa Elocutione Che Serue À Tutta l'Arte Oratoria, Lapidaria, Et Simbolica: Esaminata Co' Principij del Divino Aristotele dal Conte Et Cavalier Gran Croce D. Emanuele Tesauro Patritio Torinese. Londres: Forgoten Books, 2018.
WITTGENSTEIN, Ludwig. Investigações filosóficas. Tradução e notas: João José R. L. de Almeida. Campinas: EdUnicamp, 2015.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores detém os direitos autorais, ao licenciar sua produção na RevistaCientífica/FAP, que está licenciada sob uma licença Creative Commons. Ao enviar o artigo, e mediante o aceite, o autor cede seus direitos autorais para a publicação na referida revista.
Os leitores podem transferir, imprimir e utilizar os artigos publicados na revista, desde que haja sempre menção explícita ao(s) autor (es) e à Revista Científica/FAP não sendo permitida qualquer alteração no trabalho original. Ao submeter um artigo à Revista Científica/FAP e após seu aceite para publicação os autores permitem, sem remuneração, passar os seguintes direitos à Revista: os direitos de primeira edição e a autorização para que a equipe editorial repasse, conforme seu julgamento, esse artigo e seus metadados aos serviços de indexação e referência.