TEATRO E EXPERIMENTAÇÃO RADICAL EM MEIO AO TERROR DO AI-5
DOI:
https://doi.org/10.33871/19805071.2020.23.2.3605Resumo
O artigo aborda a experiência de um grupo reunido em 1969, no Teatro de Arena, inicialmente orientado por Cecília Thumim e Heleny Guariba, em um laboratório artístico alimentado por ideias de popularização do teatro e pela novidade do sistema de criação coletiva. Mais tarde, provocado por Augusto Boal, o conjunto daria forma ao Teatro Jornal, expediente que desafiava a censura e o fechamento de espaços de participação popular pelo AI-5, franqueando os meios de produção teatral e incentivando a criação de células de agitação política. Apresentado, inicialmente, de forma clandestina na sobreloja do Arena, o Teatro Jornal repercutiu, em uma de suas cenas mais radicais, elementos de performatividade das vanguardas contraculturais norte-americanas e do Teatro de Agressão, sacrificando um animal diante do público como representação cruenta do horror da ditadura civil-militar.
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