Ensino-aprendizagem de cenografia e práticas colaborativas em teatro
uma abordagem sob o olhar da complexidade
DOI:
https://doi.org/10.33871/19805071.2025.33.2.11044Palavras-chave:
Cenografia, Complexidade, Aprendizagem Colaborativa, Processos ColaborativosResumo
Este artigo propõe uma reflexão sobre o ensino de cenografia a partir do Paradigma da Complexidade, com base nas ideias de Edgar Morin, considerando o estudante de artes cênicas como um sujeito integral, inserido em múltiplas dimensões de sua realidade. Ao reconhecer os procedimentos colaborativos dos processos criativos contemporâneos em teatro, defende-se a adoção de metodologias educacionais que valorizem a aprendizagem colaborativa, a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade. A pesquisa sugere que a atuação docente, alinhada ao Paradigma da Complexidade, deve ir além da transmissão de conteúdos, incorporando estratégias que integrem teoria e prática, e promovam o desenvolvimento de competências essenciais ao profissional da cenografia, como comunicação, flexibilidade e trabalho em equipe, através da colaboração entre os pares, sem hierarquias pré-estabelecidas. Parte-se do reconhecimento de que os sistemas educacionais e os processos criativos teatrais são, por natureza, complexos, exigindo abordagens que integrem múltiplas perspectivas, saberes e experiências. Assim, este artigo busca fundamentar a construção futura de uma proposta metodológica baseada em projetos colaborativos, especificamente voltada ao ensino de Cenografia no ensino superior.
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