Religiões de matrizes africanas em Marabá (PA): ações nos espaços públicos, afirmando identidades negras
DOI:
https://doi.org/10.33871/nupem.2022.14.31.230-247Palavras-chave:
Religiões afro em Marabá, Espaços públicos, Valores civilizatórios afro-brasileiros, Representação socialResumo
Detentoras de valores civilizatórios que expressam sua importância para a sociedade brasileira como um todo, busca-se discutir, neste artigo, as religiões de matrizes africanas como um contínuo com o continente africano. Esse cenário nos permitiu abordar, a partir do discurso de adeptos da região de Marabá, no estado do Pará, a necessidade de essas religiões ocuparem espaços públicos e de controle social para o avanço da igualdade racial. Para tanto, utiliza-se da história oral no registro das falas de seus participantes e da pesquisa participante pela articulação acadêmica e política. O trabalho analisa as diferentes formas de representação e identidade religiosas dialogando com a construção de políticas públicas e as formas de atuação das quais a população negra se utiliza para manter sua relação com a ancestralidade africana pelas comunidades tradicionais de terreiros, evidenciando a necessidade de construir nos espaços públicos outras narrativas.
Downloads
Referências
Fontes
BRASIL. Lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Gov.br. 09 jan. 2003. Disponível em: https://bit.ly/3EFsZRN. Acesso em: 08 dez. 2021.
IBGE. Marabá. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2010. Disponível em: https://bit.ly/3DwIQ3X. Acesso em: 08 dez. 2021.
MÃE D. Entrevista concedida a Raiane Mineiro Ferreira. Marabá, 2013.
MÃE F. DE IASÃ. Entrevista concedida a Raiane Mineiro Ferreira. Marabá, 2013.
PAI CIGANO. Entrevista concedida a Ivan Costa Lima. Marabá, 2013.
PAI S. DE OGUM. Entrevista concedida a Ivan Costa Lima. Marabá, 2013.
Referências
ANTONIO, Carlindo. Descolonização do currículo escolar. In: SILVA, Geranilde; LIMA, Ivan; MEIJER, Rebeca (Orgs.). Abordagens políticas, históricas e pedagógicas de igualdade racial no ambiente escolar. Redenção: UNILAB, 2015, p. 15-25.
BRANDÃO, Carlos (Org.). Pesquisa participante. São Paulo: Brasiliense, 1999.
CAPUTO, Stela Guedes. Educação nos terreiros: e como a escola se relaciona com as crianças de candomblé. Rio de Janeiro: Pallas Editora, 2012.
CENTRINY, Cícero. Terecô de Codô: uma religião a ser descoberta. São Luís: Zova V Fotografias, 2015.
CERTEAU, Michel. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 2000.
CUNHA JÚNIOR, Henrique. Relações étnicas e educação: representações sobre o negro no Ceará. In: CUNHA JÚNIOR, Henrique; SILVA, Joselina; NUNES, Cícera (Orgs.) Artefatos da cultura negra no Ceará. Fortaleza: Edições UFC, 2011, p. 41-55.
FERRETTI, Mundicarmo. Encantaria de Barba Soeira: Codó, capital da magia negra? São Paulo: Siciliano, 2001.
HAMPATE BA, Amadou. A Tradição viva. In: KI-ZERBO, Joseph (Eds.). História Geral da África, v. I. São Paulo: Ática, 2009, p. 181-218.
LEITE, Fábio. Valores civilizatórios em sociedades negro-africanas. África: Revista do Centro de Estudos Africanos, n. 18-19, p. 103-118, 1995-1996.
LIMA, Ivan Costa. História da educação do/a negro/a no Brasil (II): pedagogia interétnica, o pensamento de Maria José Lopes da Silva (RJ). Curitiba: Appris, 2021.
LIMA, Ivan Costa. História da educação do negro(a) no Brasil: pedagogia interétnica de Salvador, uma ação de combate ao racismo. Curitiba: Appris, 2017.
LOPES, Nei. Bantos, malês e identidade negra. Belo Horizonte: Autêntica, 2012.
MARTINS, Cynthia. Prefácio. In: VALLE, Camila et al. Cartografia dos afro religiosos em Belém do Pará. Religiões afro-brasileiras e ameríndias da Amazônia: afirmando identidades na diversidade. Rio de Janeiro; Brasília: Casa 8, IPHAN, 2012, p. 12-14.
MEIHY, José Sebe Bom. Manual de história oral. São Paulo: Loyola, 2002.
MUNANGA, Kabengele; GOMES, Nilma. O negro no Brasil hoje. São Paulo: Global, 2016.
NARCISO, Carla Alexandra Filipe. Espaço público: acção política e práticas de apropriação. Conceito e procedências. Estudos e Pesquisas em Psicologia, v. 9, n. 2, p. 265-291, 2009.
PEREIRA, Linconly de Jesus. Paradigma afroancestral: reflexões iniciais de novas epistemologias a partir da cosmovisão nagô-yoruba. In: LIMA, Ivan Costa; VILLACORTA, Gisela Macambira. Rede de colaboração educacional: a Unilab em destaque numa dimensão afrocentrada. Fortaleza: Imprece, 2020, p. 187-203.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder e classificação social. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; MENEZES, Maria Paula (Orgs.). Epistemologias do sul. São Paulo: Cortez Editora, 2010, p. 73-118.
SANTOS, Daniela Cordovil. Religiões de matriz africana no Pará: entre a política e o ritual. Paralellus, v. 3, n. 5, p. 59-73, jan./jun. 2012.
SANTOS, Erisvaldo. Formação de professores e religiões de matrizes africanas: um diálogo necessário. Belo Horizonte: Nandyala, 2015.
SILVA, Deyziane dos Anjos. Religiões de matriz africana na cidade de Marabá: apontamentos antropológicos. 85f. Bacharelado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Pará. Marabá, 2013.
SILVA, Idelma Santiago. Migração e cultura no sudeste do Pará: Marabá (1968-1988). 1814f. Mestrado em História pela Universidade Federal de Goiás. Goiânia, 2006.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Ivan Costa Lima, Linconly de Jesus Alencar Pereira
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.