Muerte, ritos fúnebres y duelo en la pandemia de Covid-19 en Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33871/nupem.2021.13.30.214-234Palabras clave:
Muerte, Ritos funerarios, Dolor, Covid-19Resumen
Desde marzo de 2020, la nueva pandemia de coronavirus ha tenido un impacto en los ritos de la muerte y la experiencia del duelo en Brasil. Con la publicación del “Manual de manejo de cuerpos” por parte del Ministerio de Salud, se abreviaron las expresiones ritualizadas de muerte y se suprimieron ciertas fases del rito. En este artículo señalamos características de los ritos funerarios y argumentamos que la interferencia en el ciclo ritual provoca consecuencias para los enfermos y la comunidad, siendo más intensa cuanto mayor es la distancia del modelo actual en el contexto urbano. La interferencia en los contenidos y fases de los rituales dirigidos a los muertos puede arrojar a los supervivientes a un proceso de duelo desordenado, generando la posibilidad de repercusiones futuras.
Descargas
Citas
Fontes
BRASIL. Portaria n. 188, de 3 de fevereiro de 2020. Declara Emergência em Saúde Pública de importância Nacional (ESPIN) em decorrência da Infecção Humana pelo novo Coronavírus (2019-nCoV). Diário Oficial da União. 03 fev. 2020a. Disponível em: https://bit.ly/3gdTBiy. Acesso em: 17 ago. 2021.
BRASIL. Manejo de corpos no contexto do novo coronavírus Covid-19. Brasília: Ministério da Saúde, 2020b.
BRUM, Eliane. “Mães Yanomami imploram pelos corpos de seus bebês”. El País. 24 jun. 2020. Disponível em: https://bit.ly/3DcCec1. Acesso em: 19 ago. 2021.
G1. Brasil tem mais de 557 mil mortes por Covid; média móvel fica abaixo de 1 mil pelo 3º dia. G1. 02 ago. 2021. Disponível em: https://glo.bo/3yXLj5Z. Acesso em: 05 ago. 2021.
HORTÉLIO, Marina. Associação pede proibição de cremação de seguidores do Candomblé. Jornal Correio. 03 abr. 2020. Disponível em: https://glo.bo/3snoGFy. Acesso em: 17 ago. 2021.
MARTINS, Carina. Refazer o luto: como construir novos rituais diante de uma doença que deixa meio milhão de brasileiros sem despedida? Canal ECOA/UOL. 26 jun. 2020. Disponível em: https://bit.ly/3snoVAs. Acesso em: 01 ago. 2021.
PEREIRA, Felipe. Maior cemitério de SP tem fila de velórios de vítimas de Covid-19. UOL. 25 abr. 2020. Disponível em: https://bit.ly/3zaap1H. Acesso em: 14 ago. 2021.
PITOMBO, João Pedro. Família abre caixão em velório e cinco são contaminados por Covid-19 na Bahia. Folha de S. Paulo. 13 maio 2020. Disponível em: https://bit.ly/2XCwnfJ. Acesso em: 14 ago. 2021.
REDE DE APOIO ÀS FAMÍLIAS DE VÍTIMAS FATAIS DE COVID-19 NO BRASIL. Memorial das vítimas do Coronavírus no Brasil. Facebook. 2020. Disponível em: https://bit.ly/3k2kBTn. Acesso em: 30 jun. 2021.
REUTERS. Exército da Itália retira corpos de cidade sobrecarregada pelo coronavírus. G1. 19 mar. 2020. Disponível em: https://glo.bo/2XvcsPD. Acesso em: 21 ago. 2021.
SANTOS, Guilherme; MORETTE, Thalita. Família não pode reconhecer corpo de homem morto com coronavírus no Rio e não sabe se enterrou a pessoa certa. G1. 29 abr. 2020. Disponível em: https://glo.bo/3sokvJD. Acesso em: 14 ago. 2021.
OMS. Infection prevention and control for the safe management of a dead body in the context of Covid-19. Interim Guidance. 24 mar. 2020. Disponível em: https://bit.ly/3iTAoEA. Acesso em: 14 ago. 2021.
Referências
ALVES, José Felipe de Lima. “Segura na mão de Deus e vai...”: etnografia dos rituais de despedida na cultura fúnebre do Crato-CE/Brasil. 105f. Mestrado em Antropologia pela Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa, 2016.
ARIÈS, Philippe. Attitudes devant la vie et devant la mort du XVII au XIX siècle. Population, v. 4, n. 3, p. 463-470, 1949.
BASSI, Francesca. Revisitando os tabus: as cautelas rituais do povo de santo. Religião e Sociedade, v. 32, n. 2, p. 170-192, 2012.
BENDAN, Effie. Death customs: an analytical study of burial rites. London: Dawsons of Pall Mall, 1969.
BELL, Catherine. Ritual theory, ritual practice. Oxford: Oxford University Press, 1992.
BORGSTROM, Erica. Social death. QJM: An International Journal of Medicine, v. 110, n. 1, p. 5-7, 2017.
BUSSIÈRES, Luc. Rites funèbres et sciences humaines: synthèse et hypothèses. Nouvelles Perspectives en Sciences Sociales, v. 3, n. 1, p. 61-139, 2007.
BUTLER, Judith. Quadros de guerra: quando a vida é passível de luto. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.
CAVALCANTI, Maria Laura Viveiros de Castro. Vida e morte no espiritismo kardecista. Religião e Sociedade, v. 24, n. 2, p. 1-24, 2004.
CHAUNU, Pierre. La morte à Paris: XVIe, XVIIe et XVIIIe siècle. Paris: Fayard, 1978.
COLÍN, Araceli. Antropología y psicoanálisis: un diálogo posible a propósito del duelo por un hijo en Malinalco. Toluca: Universidad Autónoma del Estado de México, 2005.
COLLINS, Randall. Interaction ritual chains. Princeton: Princeton University Press, 2004.
CRUZ, Robson Rogério. Carrego de Egun: contribuição aos estudos do rito mortuário no Candomblé. 109f. Mestrado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1995.
DI NOLA, Alfonso Maria. La muerte derrotada: antropología de la muerte y el duelo. Barcelona: Belacqua, 2007.
DOUGLAS, Mary. Pureza e perigo. São Paulo: Perspectiva, 2012.
ELIAS, Norbert. A solidão dos moribundos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
FRANCO, Maria Helena Pereira. O luto no século 21: uma compreensão abrangente do fenômeno. São Paulo: Summus, 2021.
FREUD, Sigmund. Luto e melancolia. São Paulo: Cosac Naify, 2011.
GOFFMAN, Erving. Interaction ritual: essays on the face to face behavior. Chicago: Aldine Pub Company, 1967.
GUIMARÃES, Silvia. O drama ritual da morte nos Sanumá. Tellus, v. 10, n. 19, p. 111-128, jul./dez. 2010.
HERTZ, Robert. Contribution à une étude sur la représentation collective de la mort. L’Année Sociologique, v. 10, p. 48-137, 1905.
KÜBLER-ROSS, Elizabeth. On death and Dying. London: Tavistock, 1969.
MACHADO, Renata de Morais. “Velório Express”: um olhar etnográfico sobre ritual fúnebre na pandemia do Covid-19. Revista M. Estudos sobre a morte, os mortos e o morrer, v. 6, n. 11, p. 270-274, 2021.
MACHADO, Renata de Morais; MENEZES, Rachel Aisengart. Gestão emocional do luto na contemporaneidade. Revista Ciências da Sociedade, v. 2, n. 3, p. 65-94, 2018.
MANDARINO, Ana Cristina de Souza; GOMBERG, Estélio. Candomblé, corpos e poderes. Perspectivas, v. 43, p. 199-217, jan./jun. 2013.
MATTEDI, Marcos Antônio; PEREIRA, Ana Paula. Vivendo com a morte: o processamento do morrer na sociedade moderna. CADERNO CRH, v. 20, n. 50, p. 319-330, maio/ago. 2007.
MAUSS, Marcel. Sociologia e antropologia. São Paulo: Cosac & Naif, 2003.
MAUSS, Marcel. L’expression obligatoire des sentiments (rituels oraux funéraires australiens). Journal de Psychologie, v. 18, p. [s.I.], 1921.
MENEZES, Rachel Aisengart. Difíceis decisões: etnografia de um Centro de Tratamento Intensivo. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2006.
MENEZES, Rachel Aisengart. Em busca da boa morte: antropologia dos cuidados paliativos. Rio de Janeiro: Garamond; Fiocruz, 2004.
MENEZES, Rachel Aisengart; GOMES, Edlaine de Campos. “Seu funeral, sua escolha”: rituais fúnebres na contemporaneidade. Revista de Antropologia, v. 54, n. 1, p. 89-131, 2011.
MORIN, Edgar. L’Homme et la mort. Paris: Éditions du Seuil, 1970.
NEVES, Ednalva Maciel. Da morte biológica à morte cultural: um estudo sobre o morrer em João Pessoa, PB. 141f. Mestrado em Sociologia pela Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa, 1998.
NEVES, Marcos Freire de Andrade; DAMO, Arlei Sander. Dinheiro, emoção e agência: uma etnografia do mercado funerário de Porto Alegre. Mana, v. 22, n. 1, p. 7-36, 2016.
NIEL, Marcelo Máximo; PEREIRA, Pedro Paulo Gomes. Oogun Àṣẹ: estratégias de cuidado com a saúde no Candomblé em Nova Iorque (EUA). Interface, v. 23, p. 1-14, 2019.
NOVAES, Sylvia Caiuby. Funerais entre os Bororo: imagens da refiguração do mundo. Revista de Antropologia, v. 49, n. 1, p. 293-315, 2006.
OLIVEIRA, Ricardo Moreira de. Rituais aos mortos da tradição do batuque e do Candomblé. Revista Habitus, v. 10, n. 2, p. 259-270, jul./dez. 2012.
PARKES, Colin Murray. Luto: estudos sobre a perda na vida adulta. São Paulo: Summus, 1998.
PARKES, Colin Murray. Amor e perda: as raízes do luto e suas complicações. São Paulo: Summus, 2009.
PINEZI, Ana Keila Mosca. O sentido da morte para protestantes e neopentecostais. Paideia, v. 19, n. 43, p. 199-209, maio/ago. 2009.
PRANDI, Reginaldo. Segredos guardados: orixás na alma brasileira. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
RAMALHO, Moisés. Os Yanomami e a morte. 163f. Doutorado em Antropologia pela Universidade de São Paulo. São Paulo, 2008.
RAPPAPORT, Roy. Ritual and religion in the making of humanity. New York: Cambridge University Press, 1999.
REESINK, Mísia Lins. Les passages obligatoires: cosmologia catholique et mort dans le quartier de Casa Amarela, a Recife (Pernambuco – Brésil). 667f. Thèse de Doctorat en Anthropologie à travers le École des Hautes Études en Sciences Sociales. Paris, 2003.
REESINK, Mísia Lins. Morte, católicos e imaginário:rituais e representações de morte em Casa Amarela (Recife). Recife: Ed. UFPE, 2016.
RODRIGUES, Claudia. Lugares dos mortos na cidade dos vivos: tradições e transformações fúnebres na Corte. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura; Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, 1997.
RODRIGUES, José Carlos. Tabu do corpo. Rio de Janeiro: Achiamé, 1975.
SALES, Tiago Amaral; ESTEVINHO, Lúcia de Fátima Dinelli. Cartografias de vida-e-morte em territórios pandêmicos: marcas-ferida, necro-bio-políticas e linhas de fuga. Revista M. Estudos sobre a morte, os mortos e o morrer, v. 6, n. 11, p. 275-293, 2021.
SANTOS, Gabriela Casellato Brown Ferreira. Intervenção do profissional de saúde mental em situações de perda e luto no Brasil. Revista M. Estudos sobre a morte, os mortos e o morrer, v. 2, n. 3, p. 116-137, 2017.
SANTOS, Juana Elbein dos. Os nàgô e a morte: Pàdè, asèsè e o culto Egun na Bahia. Petrópolis: Vozes, 1984.
SEGALEN, Martine. Ritos e rituais contemporâneos. Rio de Janeiro: FGV, 2002.
SCHMITT, Juliana. Mortes vitorianas: corpos, luto e vestuário. São Paulo: Alameda, 2010.
SOARES, Maria de Carvalho. O medo da vida e o medo da morte, um estudo da religiosidade brasileira. [s.I.]. Mestrado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1990.
STANLEY, Liz; WISE, Sue. The domestication of death: the sequestration thesis and domestic figuration. Sociology, v. 45, n. 6, p. 947-962, 2011.
SUDNOW, David. Passing On: the Social Organization of Dying. Upper Saddle River: Prentice-Hall, 1967.
THOMAS, Louis-Vincent. Les chairs de la mort. Paris: Institut d'Édition Sanofi-Synthélabo, 2000.
TURNER, Victor. Schism and continuity in a African Society: a study of ndembu village. Manchester: Manchester University Press, 1957.
TYLOR, Edward Burnett. A ciência da cultura. In: CASTRO, Celso (Org.). Evolucionismo cultural: textos de Morgan, Tylor e Frazer. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005[1871], p. 31-45.
VAN GENNEP, Arnold. Os ritos de passagem: estudo sistemático dos ritos da porta e da soleira, da hospitalidade, da adoção, gravidez e parto, nascimento, infância, puberdade, iniciação, coroação, noivado, casamento, funerais, estações, etc. Petrópolis: Vozes, 1977.
VERAS, Lana. Aqui se jaz, aqui se paga: a mercantilização da morte, do morrer e do luto. Curitiba: Appris, 2015.
VICENTE DA SILVA, Andreia. Ritualizando o enterro e o luto evangélico: compartilhamento e incomunicabilidade na experiência da finitude humana. 248f. Doutorado em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2011.
VICENTE DA SILVA, Andreia. Os “ritos possíveis” de morte em tempos de coronavírus. Dilemas: Revista de Estudos de Conflito e Controle Social. 2020. Disponível em: https://www.reflexpandemia.org/texto-50. Acesso em: 17 ago. 2021.
VILAÇA, Aparecida. Fazendo corpos: reflexões sobre morte e canibalismo entre os Wari à luz do perspectivismo. Revista de Antropologia, v. 41, n. 1, p. 9-67, 1998.
ZIEGLER, Jean. Os vivos e a morte: uma “sociologia da morte” no Ocidente e na diáspora africana no Brasil e seus mecanismos culturais. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1977.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2021 Revista NUPEM
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.