Hetero-identificación racial en Brasil: evidencias preliminares de percepciones no-dicotómicas
DOI:
https://doi.org/10.33871/nupem.2025.17.42.10592Palabras clave:
Hetero-identificación, raza, percepciones, pardo, indígenaResumen
La categoría parda en Brasil se ha asociado únicamente al mestizaje entre negros y blancos, haciendo otras razas invisibles. Desde esta observación, este artículo objetivó describir patrones de clasificación racial, centrándose en los pardos. Se realizó una encuesta en línea con 440 participantes de 16 estados brasileños, con 32 modelos que debían ser clasificados en las categorías raciales de Brasil. Se realizó un análisis chi-cuadrado mediante el SPSS. Doce modelos fueron percibidos como pardos. Se observó heterogeneidad en este grupo: cuatro fueron asociados a “descendientes de indígenas” y ocho a “afrodescendientes”. Participantes del Norte/Noreste tuvieron mayor dificultad en clasificar pardos afrodescendientes como negros y además fueron más estrictos en clasificar blancos, en comparación a los sureños. Estos hallazgos indican que la clasificación racial no es dicotómica, ya que personas de origen indígena también fueron clasificadas como pardas, aunque no sean negras, llevando a su exclusión en los procesos de hetero-identificación.
Descargas
Citas
Fontes
BRASIL. Lei n. 12.288, de 20 de julho de 2010. Institui o Estatuto da Igualdade Racial. Brasília: Diário Oficial da União, 20 jul. 2010.
BRASIL. Parecer n. 124, de 2023. Sobre o Projeto de Lei n. 1.958, de 2021. Brasília: Senado Federal, 2023.
DAMASCENO, Victoria. 6 em cada 10 pardos não se consideram negros, diz Datafolha. Folha de S. Paulo. 24 nov. 2024. Disponível em: https://encurtador.com.br/Xlbe. Acesso em: 24 out. 2025.
DPGU. Nota Técnica n. 19 – DPGU/SGAI DPGU/GTPE DPGU: proposições normativas para regulamentação das comissões de heteroidentificação étnico-racial. Brasília: Defensoria Pública-Geral da União, 25 set. 2024.
IBGE. Sinopse do Censo demográfico: dados gerais. Rio de Janeiro: Serviço Gráfico do IBGE, 1946.
IBGE. Censo demográfico. Rio de Janeiro: Serviço Gráfico do IBGE, 1956.
IBGE. IX recenseamento geral do Brasil – 1980: dados gerais, migração, instrução, fecundidade, mortalidade. Rio de Janeiro: Serviço Gráfico do IBGE, 1983.
IBGE. X recenseamento geral do Brasil – 1990. Rio de Janeiro: IBGE, 1990.
IBGE. Manual do recenseador. Rio de Janeiro: IBGE, 2000.
IBGE. Censo demográfico 2022: manual de entrevista. Rio de Janeiro: IBGE, 2022.
IBGE. População residente, total e indígena, por localização do domicílio e quesito de declaração indígena nos Censos Demográficos (Tabela 9718). Rio de Janeiro: IBGE, 2023.
UFAM. Edital n. 001, de 08 de janeiro de 2024. Adesão ao processo seletivo do Sistema de Seleção Unificada – SISU 2024. Manaus: UFAM, 08 jan. 2024.
UFAM. Edital n. 19/2024-GR, de 19 de julho de 2024. Processo seletivo para o interior – PSI 2025. Manaus: UFAM, 19 jul. 2024.
USP. Edital IEB n. 005/2024. São Paulo: USP, 2024.
Referências
ALMEIDA, Alberto Carlos; SCHROEDER, Andréia; CHEIBUB, Zairo. Pesquisa Social Brasileira. São Paulo: Consórcio de Informações Sociais, 2002.
BAILEY, Stanley; LOVEMAN, Mara; MUNIZ, Jeronimo Oliveira. Measures of “race” and the analysis of racial inequality in Brazil. Social Science Research, v. 42, n. 1, p. 106-119, jun. 2013.
BASTOS, Janaína. Cinquenta tons de racismo: mestiçagem e polarização racial no Brasil. São Paulo: Matrix, 2023.
CAMPOS, Luiz Augusto. O pardo como dilema político. Insight Inteligência, v. 62, p. 80-91, out./nov. 2013.
CARDOSO, Lourenço da Conceição. O modo de pensar da razão dual racial: a branquitude e o mestiço-lacuna. Revista Debates Insubmissos, v. 1, n. 2, p. 33-48, jul. 2018.
CARNEIRO, Sueli. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil. São Paulo: Selo Negro, 2011.
CHAGAS, Ledson. Building the invisibility of the mixed-race parcel of Brazilian population: a critical overview of the role of the national hegemonic media in this contemporary process. In: Critical Mixed-Race Studies Conference. CMRS 2022 Conference Proceedings. Phoenix: AZU, 2023, p. 43-58.
COSTA, Eliane Silvia; SCHUCMAN, Lia Vainer. Identidades, identificações e classificações raciais no Brasil: o pardo e as ações afirmativas. Estudos e Pesquisas em Psicologia, v. 22, n. 2, p. 466-484, fev. 2022.
FERRO, Sérgio Pessoa; SILVA, Givanildo Manoel da. Pardismo: um etnocídio de Estado. InSURgência: Revista de Direitos e Movimentos Sociais, v. 10, n. 1, p. 173-207, 2024.
GONZÁLEZ, Lélia; HASENBALG, Carlos Alfredo. Lugar de negro. Rio de Janeiro: Editora Marco Zero Limitada, 1982.
GUIMARÃES, Antonio Sérgio Alfredo. Como trabalhar com “raça” em sociologia. Educação e Pesquisa, v. 29, n. 1, p. 93-107, 2003.
HASENBALG, Carlos Alfredo. Discriminação e desigualdades raciais no Brasil. Rio de Janeiro: Graal, 1979.
HASENBALG, Carlos Alfredo; SILVA, Nelson do Valle. Raça e oportunidades educacionais no Brasil. Cadernos de Pesquisa, v. 73, p. 5-12, 1990.
JESUS, Rodrigo Ednilson de. Quem quer (pode) ser negro no Brasil? Belo Horizonte: Autêntica, 2021.
LONGHINI, Geni Daniela Núñez. Da cor da terra: etnocídio e resistência indígena. Revista Tecnologia & Cultura, ed. esp., p. 65-73, 2021.
MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.
MUNIZ, Jerônimo Oliveira. Preto no branco?: mensuração, relevância e concordância classificatória no país da incerteza racial. Dados, v. 55, p. 251-282, abr. 2012.
MUNIZ, Jerônimo Oliveira; BASTOS, João Luiz. Volatilidade classificatória e a (in) consistência da desigualdade racial. Cadernos de Saúde Pública, v. 33, p. 1-12, jan. 2017.
NASCIMENTO, Abdias. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra S/A, 1978.
NOGUEIRA, Oracy. Preconceito racial de marca e preconceito racial de origem: sugestão de um quadro de referência para a interpretação do material sobre relações raciais no Brasil. Tempo Social, v. 19, n. 1, p. 287-308, nov. 2006 [1954].
OLIVEIRA, João Pacheco de. Pardos, mestiços ou caboclos: os índios nos censos nacionais no Brasil (1872-1980). Horizontes Antropológicos, v. 3, n. 6, p. 61-84, out. 1997.
OSÓRIO, Rafael Guerreiro. O sistema classificatório de “cor ou raça” do IBGE. Brasília: IPEA, 2003.
PETRUCCELLI, José Luís. A cor denominada: um estudo do suplemento da PME de julho/98. Rio de Janeiro: IBGE, 2000.
RICH, Camille Gear. Elective race: recognizing race discrimination in the era of racial self-identification. Geo. LJ, v. 102, p. 1501-1547, 2013.
SANSONE, Livio. The new politics of black culture in Bahia, Brazil. In: GOVERS, Cora; VERMEULEN, Hans (Orgs.). The Politics of Ethnic Consciousness. New York: St. Martin’s Press, 1997, p. 227-309.
SANTOS, Denis Moura dos. Pardos: a visão das pessoas pardas pelo Estado brasileiro. Curitiba: Appris, 2021.
SCHUCMAN, Lia Vainer. Entre o encardido, o branco e o branquíssimo: branquitude, hierarquia e poder na cidade de São Paulo. São Paulo: Annablume, 2014.
SILVA, Nelson do Valle. Morenidade: modos de usar. In: HASENBALG, Carlos; SILVA, Nelson do Valle; LIMA, Márcia. Cor e estratificação social. Rio de Janeiro: Contracapa, 1999, p. 86-106.
SILVA, Patrícia. O mínimo sobre racismo no Brasil. Campinas: O Mínimo, 2024.
SILVEIRA, Leonardo Souza; TOMAS, Maria Carolina. Fluidez racial na Região Metropolitana de Belo Horizonte: características individuais e contexto local na construção da raça. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 36, p. 1-22, set. 2019.
SOARES, Sergei. A demografia da cor: a composição da população brasileira de 1890 a 2007. In: THEODORO, Mário et al. (Org.). As políticas públicas e a desigualdade racial no Brasil 120 anos após a abolição. Brasília: IPEA, 2008, p. 97-118.
WAGLEY, Charles. Race relations in an Amazon community. In: WAGLEY, Charles (Ed.). Race and class in rural Brazil. Paris: Unesco, 1952, p. 116-141.
ZIMMERMAN, Ben. Race relations in the Arid Sertão. In: WAGLEY, Charles (Ed.). Race and class in rural Brazil. Paris: UNESCO, 1952, p. 82-115.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2025 Leonardo Rafael Leite da Rocha, Tardelli de Souza Guilherme, Giuseppina Marsico

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
