O agro na guerra cultural brasileira:
metamorfoses do latifúndio e contra-narrativas populares
DOI:
https://doi.org/10.33871/21750769.2025.21.2.11149Palavras-chave:
Agronegócio, Guerras culturais, Hegemonia cultural, Indústria cultural, Reforma agrária popular, AgroecologiaResumo
O artigo analisa a inserção do agronegócio brasileiro no terreno das guerras culturais, conceito originado nos Estados Unidos como novo padrão de conflito social e simbólico no pós-Guerra Fria e importado pela direita brasileira. Argumentamos que, no Brasil, esse padrão de batalhas morais e identitárias foi apropriado e articulado ao bolsonarismo, que fez do agro um aliado estratégico na construção de uma hegemonia cultural regressiva. Historicamente marcado pela concentração fundiária, pela violência no campo e pela devastação ambiental, o setor passou a mobilizar recursos midiáticos e artísticos –novelas, música sertaneja, cinema, arranha-céus e patrocínios culturais–para estetizar sua imagem como principal motor e valor do desenvolvimento nacional. Essa operação simbólica procura neutralizar críticas sociais, legitimar o domínio político-econômico do agronegócio e difundir valores mercantis, conservadores e neocoloniais como se fossem sinônimos de progresso e identidade nacional. Em contraposição, o texto destaca as contra-narrativas produzidas por movimentos sociais, como o MST, e pela proposta da Reforma Agrária Popular, que articulam agroecologia, cultura e novos modos de vida como alternativas emancipatórias. Conclui-se que a disputa em curso no Brasil contemporâneo não se limita à terra e ao desenvolvimento econômico, mas envolve também a cultura, a memória e o imaginário social –dimensões centrais das guerras culturais no país.
Palavras-chave: Agronegócio; Guerras culturais; Hegemonia cultural; Indústria cultural; Reforma agrária popular; Agroecologia.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 O Mosaico

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Os autores detém os direitos autorais, ao licenciar sua produção na Revista O Mosaico/FAP, que está licenciada sob uma licença Creative Commons. Ao enviar o trabalho,e mediante o aceite, o autor cede seus direitos autorais para a publicação na revista. Osleitores podem transferir, imprimir e utilizar os artigos publicados na revista, desde que hajasempre menção explícita ao(s) autor (es) e à Revista O Mosaico/FAP não sendo permitidaqualquer alteração no trabalho original. Ao submeter um artigo à Revista O Mosaico/FAP e após seu aceite para publicação os autores permitem, sem remuneração, passar osseguintes direitos à Revista: os direitos de primeira edição e a autorização para que aequipe editorial repasse, conforme seu julgamento, esse artigo e seus meta dados aosserviços de indexação e referência.