DA NOSSA MEMÓRIA FABULAMOS NÓIS MESMOS" : RESSIGNIFICAÇÃO E POLITIZAÇÃO DA RAÇA NO FILME BRANCO SAI, PRETO FICA
DOI:
https://doi.org/10.33871/21750769.2017.9.1.2185Abstract
RESUMO: A última cartela do filme "Branco sai, Preto fica" (2015, Adirley Queirós) diz aque veio: "Da nossa memória fabulamos nóis mesmos" . Este é um filme que propõe aconstrução de uma narrativa pelo viés da autorepresentação, um olhar de dentro, de quemviveu e vive na periferia, na margem, e, por isso mesmo, tem propriedade para contar e
inventar a sua história. Estabeleço uma interlocução com o que propõe Nilma Lino Gomesao discutir o papel do movimento negro na ressignificação e politização do conceito de raça(2012). Segundo a autora, a ideia de raça deve ser compreendida como uma construçãosocial, estrutural e estruturante da sociedade brasileira e que, através da atuação domovimento negro, foi apropriada e evidenciada como uma marca de luta e como símbolode uma trajetória, sempre em curso, de emancipação. O cinema é aqui pensado como um
dispositivo pedagógico, através do qual ensinamos e aprendemos modos de ser, sentire pensar, através do qual somos subjetivados e nos identificamos e, portando, um meiofundamental de representação e construção de identidades. Neste percurso, não somenteo filme enquanto narrativa nos serve como material analítico, mas também sua estruturaenquanto forma fílmica. O filme é tomado como um reflexo das ações promovidas pelomovimento negro na sociedade brasileira, no qual o discurso emancipatório é o fio condutorda narrativa.
PALAVAS-CHAVE: Cinema Brasileiro. Representação. Negro. Ressignificação do conceitode raça. Movimento negro.
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