Abordagens, referências e construções de violência em filmes brasileiros de gênero

Resumo

Ao longo da história do cinema brasileiro, a violência foi retratada e marcada em filmes dos mais diferentes estilos, narrativas, vertentes e até mesmo gêneros. Nos últimos anos, alguns realizadores têm se aventurado, entre tentativas de erros e acertos, nas abordagens de violência em filmes de gênero, sobretudo os de horror ou terror. Sendo assim, com esta pesquisa um mapeamento das mais diferentes abordagens e construções da estética da violência em sete filmes brasileiros contemporâneos que aderem ao gênero foi elaborado, focalizando, também, referências atribuídas pelos cineastas durante o processo narrativo. Entre os objetivos específicos estão a percepção dos diversos tipos de violência empregados atualmente no cinema brasileiro de gênero. Para a discussão das ideias, o aporte teórico dos trabalhos de Luis Nogueira (2002), Laura Cánepa (2016), Mathias Clasen (2017) e Noël Carroll (1999) se fez necessário, algo que foi costurado a um método de pesquisa que investigou, por meio de análises fílmicas baseadas em Francis Vanoye e Anne Goliot-Leté (1994), o viés estético e narrativo das obras, obtendo como resultado a constatação de uma certa padronização da violência em filmes brasileiros de gênero. Concluiu-se, também, que o sistema de produção brasileiro impacta diretamente na construção de narrativas do tipo, fazendo presente a importância da discussão do tema.