As histórias de leituras dos estagiários de um curso de Licenciatura em Química
DOI:
https://doi.org/10.33871/23594381.2017.15.1.927Resumo
O presente trabalho dialoga com algumas das histórias de leituras dos estagiários em licenciatura em Química. Acreditamos que é necessário no ensino escolar e universitário, contribuirmos com a construção da história de leitura dos estudantes, estabelecendo relações intertextuais e resgatando a história dos sentidos do texto. Nesse contexto, esta pesquisa visa compreender as histórias de leituras construídas dentro e fora do ambiente escolar, bem como as influências das atividades discutidas e desenvolvidas nas disciplinas de estágio. Após o desenvolvimento dessas atividades, uma roda de conversas com os estudantes foi elaborada com o intuito de discutir as principais questões em torno da linguagem. Para o exercício da análise da transcrição da roda de conversas, tomamos como referencial teórico a análise do discurso de linha francesa, com ênfase nos trabalhos da Eni Orlandi. Os resultados apontaram que, de modo geral, as disciplinas específicas do curso de Química não contribuem para o desenvolvimento de outras questões da linguagem, reforçando o caráter técnico dos relatórios produzidos nesse momento da formação inicial. Em contrapartida, as disciplinas pedagógicas da Licenciatura em Química possibilitaram uma nova forma de ler e escrever. Além disso, alguns estagiários são marcados pelas avaliações escolares que, muitas vezes, desconhecem as histórias de leituras dos estudantes e consideram a linguagem como transparente. Diante das atividades de leitura e escrita que foram desenvolvidas nas disciplinas de Estágio, os estudantes apontaram para a importância de discutir e vivenciar atividades de leitura e escrita nesse momento da formação inicial. Podendo ser uma porta para mudanças nas práticas da Educação Básica, uma vez que acreditam que discutir a linguagem não é papel exclusivo do professor de português.
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