O corpo carioca no imaginário turí­stico do Rio de Janeiro

Autores/as

  • Isabella Vicente Perrotta ESPM-RJ

DOI:

https://doi.org/10.33871/23594381.2018.16.2.2005

Resumen

Embora a praia não tenha sido sempre um elemento de territorialização, turistificação ou identificação da cidade do Rio de Janeiro, já há muito tempo que o é. Se no século XIX a cidade era imaginada pelas paisagens e aspectos da natureza reproduzidos pelas tintas dos artistas viajantes, no século XX o carnaval, o futebol e suas praias (não mais como paisagem, mas enquanto espaço de fruição) fizeram sua fama. E também as (supostamente belas) mulheres que frequentam as praias e que, em algum momento, saem delas. Fatos, versões e construções culturais levaram a crer que seus corpos, muito expostos – especialmente o da mulata – estão disponí­veis, na praia, no carnaval, nas ruas e na noite da cidade. E, mais recentemente, o corpo masculino – idí­lica e supostamente esculpido pelos esportes praticados ao ar livre– também passou a fazer parte de um imaginário de experiências turí­sticas da cidade, para além de suas atrações convencionais. Muito se diz que essa é uma construção imputada pelos agentes estrangeiros. Contudo há, claramente, indí­cios de aceitação e/ou adoção dessa imagem tanto pelas vozes populares quanto pelos órgãos oficiais. Assim como o Rio é dito como "o lugar mais bonito do mundo" , por cariocas que jamais saí­ram de sua cidade, há também uma crença nativa de superioridade da beleza da mulher brasileira, embora uma grande parte do povo brasileiro seja fisicamente mal tratada e sem glamour, e a obesidade esteja por volta de 20%. O objetivo desse artigo é visitar alguns momentos dessa construção e alguns exemplos da disputa entre a aceitação e a rejeição dessa imagem.

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Biografía del autor/a

Isabella Vicente Perrotta, ESPM-RJ

Mestre em Design pela Puc-Rio, doutora em História pela FGV Rio.

Coordenadora adjunta do Programa de Mestrado Profissional em Gestão da Economia Criativa da ESPM Rio.

Autora, entre outros livros, de: Promenades do Rio: a turistificação da cidade pelos guias de viajem de 1873 a 1939

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Publicado

2018-05-15