Educação em sexualidade e gênero na licenciatura em Ciências Biológicas: relatando uma experiência do Programa de Residência Pedagógica
DOI:
https://doi.org/10.33871/23594381.2021.19.2.130-151Keywords:
Formação de professores, Educação em gênero e sexualidade, Residência Pedagógica, Diversidade sexual.Abstract
Historicamente, os currículos dos cursos de Licenciatura em Ciências Biológicas apresentam uma ênfase no discurso biológico. No debate sobre a sexualidade, os currículos reforçam referenciais heterocisnormativos, que legitimam a heterossexualidade e a cisgeneridade como únicas formas de vivência da sexualidade e da identidade de gênero, enfatizando a polaridade entre masculino e feminino e a permanência de estereótipos na sociedade. Essa perspectiva biologizante restringe as diferentes identidades e hierarquiza expressões de gênero e sexualidade. Com vistas a promover a abordagem dessa discussão na formação inicial de professores, neste trabalho é relatada a experiência de implementação de um subprojeto de residência pedagógica intitulado "Educação em sexualidade e gênero na escola" , com vistas a refletir sobre possibilidades de introdução dessa temática na licenciatura em Ciências Biológicas. O programa está organizado em três módulos de seis meses cada, totalizando 414 horas ao longo de 18 meses, sendo descrito, neste texto, a experiência do primeiro módulo, iniciada em outubro de 2020 e finalizada em março de 2021. O subprojeto está vinculado ao curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás, contando com a participação de 24 residentes (bolsistas), voluntários, três preceptoras (professoras da educação básica) e dois coordenadores (professores do ensino superior). As atividades foram realizadas de maneira remota, em virtude da Pandemia da Covid-19, em três escolas localizadas no município de Goiânia/GO. O desenvolvimento das atividades do subprojeto tem reforçado a ideia do Programa de Residência Pedagógica como uma possibilidade real de inclusão da temática na formação inicial de professores, além de estar contribuindo para a formação continuada das professoras preceptoras e para a inserção de discussões sobre gênero e sexualidade na escola básica.
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