Ensino da hanseníase nas faculdades de medicina de um estado com baixa endemicidade
DOI:
https://doi.org/10.33871/23594381.2025.23.1.8508Resumo
A hanseníase ainda é um problema de saúde pública no Brasil, considerando a situação epidemiológica do diagnóstico tardio da doença no estado de Santa Catarina, objetiva-se avaliar o ensino da hanseníase nas universidades de medicina desse estado e sua relação com os centros de referência para a doença. Para tanto, foi realizada uma pesquisa de abordagem qualitativa, exploratório-descritiva, utilizando o software Iramuteq e a análise temática de conteúdo. Participaram do estudo 119 estudantes de medicina. A análise de similitude revelou que a palavra “acreditar” está correlacionada à necessidade de conhecimento sobre a hanseníase. A análise de especificidade mostrou uma diferença nas respostas dos estudantes de medicina de universidades com e sem centros de referência para hanseníase, com os primeiros focando no diagnóstico e os últimos na falta de contato e experiência. A análise temática de conteúdo revelou duas categorias e cinco subcategorias. A Categoria 1 contém as seguintes subdivisões: Subcategoria 1 (Falta de experiência e contato com a hanseníase); Subcategoria 2 (Justificativa da falta de conhecimento na área); Subcategoria 3 (Falta de casos notificados) e Subcategoria 4 (Falta de formação durante a graduação). Já a Categoria 2 apresenta a Subcategoria 5 (A importância da formação em hanseníase). Os resultados indicam a necessidade de ensino contínuo da hanseníase nas escolas médicas, especialmente em áreas de baixa endemia. O estudo revela deficiências na formação dos estudantes de medicina de Santa Catarina. Além de contribuir para a baixa detecção e diagnóstico tardio da hanseníase, pode resultar em altas taxas de incapacidade física.