A Filosofia no Ensino Médio em Moçambique: Uma perspectiva política
DOI:
https://doi.org/10.33871/23594381.2020.18.3.22-34Resumo
O ensino de filosofia no ensino médio constitui uma realidade em Moçambique a partir da independência política e vem com propósito de contribuir para as soluções dos problemas que o país estava a viver. Depois da independência em 1975, o país conheceu momentos conflitantes, como a guerra civil, existência do monopartidarismo, a ausência da democracia e a liberdade de expressão. A inclusão da filosofia no currículo de ensino médio, a partir dos anos 90, tinha como finalidade contribuir para o desenvolvimento epistemológico, moral e político dos estudantes do ensino médio. Refira-se, segundo Ngoenha (1993), que a questão central da filosofia política é a liberdade como um esforço filosófico, o qual não pode deixar de se inscrever no quadro de um esforço africano mais global ligado ao nascimento da filosofia africana que, por seu turno, está intrinsecamente ligado à busca da identidade que caracteriza a visão africana. Portanto, a introdução da disciplina de filosofia no ensino médio alinha na necessidade de responder a uma causa comum de África em dotar os estudantes/cidadãos de uma visão africana que permitisse encontrar soluções dos problemas sociais de vária ordem assentes na indagação do mundo.Downloads
Referências
BUANAISSA, E. F.; PAREDES, M. de M. Severino Ngoenha: política e liberdade no Moçambique contemporâneo. Revista Opinião Filosófica, v. 09, n. 01, Porto Alegre, 2018.
CASTIANO, J. P. Referenciais da filosofia africana: em busca da intersubjetivação. Maputo: Sociedade Editorial, 2013, p.193.
CHAMBISSE, E. D. Ensino de filosofia em Moçambique: filosofia como potência para aprendizagem significativa. 2006, 142 f. Dissertação (Mestrado em Educação/Currículo) Faculdade de Educação PUC/SP. São Paulo, 2006.
CIPRIANO, A. Educação, modernidade e crise ética em Moçambique. Maputo: Dondza Editora. 2011.
FANON, F. Os Condenados da terra. Rio de Janeiro: ed. Civilização Brasileira S. A, 1968.
MACHEVO, G. G. Filosofia africana nos países lusófonos. SINTESE: Revista de Ciências Sociais e Filosóficas. Universidade Pedagógica, Moçambique, v. 1n. 10 (5). Disponível em: https://www.revista.up.ac.mz/index.php/SINTESE/article/view/39/45. Acesso em: 25 mai.2020.
MOÇAMBIQUE. Decreto nº 7/2019. Maputo: Boletim da República – III Série "” Número 30. Quarta-feira, 15 de fevereiro de 2019.
MAYOR, F. Uma Escola de Liberdade. Livre-Filosofar, Ano VII, N.13, Curitiba, IFIL, março de 1996, p.4 a 6. Disponível: https://tede2.pucsp.br/bitstream/handle/9949/1/Dissertacao%20%20ERNESTO%20DANIEL%20CHAMBISSE.pdf. Acesso em: 25 mai. 2020.
MENDES, A. B. da . Lições sobre o Ensino da Filosofia em Moçambique. Jusbrasil. 24 abril 2018. Disponível em: https://publicaciencia.jusbrasil.com.br/artigos/575372254/licoes-sobre-o-ensino-da-filosofia-em-mocambique?ref=topic_feed. Acesso: 23 de ago2019.
MINED. Introdução í Filosofia. Programa do II Ciclo, Edição: ©INDE/MINED Moçambique, 2010.
NEWITT, M. História de Moçambique. Lisboa: Europa-América, 2012.
NGOENHA, S. E. Filosofia Africana. Das independências as liberdades. Porto (Portugal): Edições Paulinas, 1993.
NGOENHA, S. E.; BUANAISSA, E. F. Fronteiras da filosofia para a construção da democracia em Moçambique. SINTESE: Revista de Ciências Sociais e Filosóficas. Universidade Pedagógica, v. 1, n. 10 (5) 2015 Disponível em: https://www.revista.up.ac.mz/index.php/SINTESE/article/view/44. Acesso em 18 ago 2019..
PIOVERSAN, A.; EIDT, C.; GARCIA, C. Boeira. Et Al. Filosofia e ensino em debate. Ijuí (RS): Unijui. 2002.
REALE, G.; ANTISERI, D. . Historia da Filosofia: Filosofia Pagã Antiga. 4ª. Ed. São Paulo: Paulus, 2009.
ZONTA, D. "Moçambique" no século XIX: do comércio de escravos ao comércio legítimo. Dimensões, v. 28, p. 315-338. UFES – Programa de Pós-Graduação em História, 2012. Disponível: file:///C:/Users/Valmir.Valmir-VAIO/Downloads/4320-Texto%20do%20artigo-7658-1-10-20121221%20(3).pdf. Acesso: 25 maio 2020.