Para além de um simples movimento: Escola Sem Partido e o ensino de Ciências
DOI:
https://doi.org/10.33871/23594381.2019.17.2.2739Resumo
Este artigo apresenta discussões sobre o movimento Escola Sem Partido (ESP) apontando algumas reflexões sobre seus impactos no contexto escolar e no ensino de Ciências. Trata-se de uma problematização construída a partir de pesquisa bibliográfica. Para a busca dos referenciais teóricos utilizou-se os seguintes descritores: "escola sem partido" e "ensino de Ciências" . Selecionou-se 23 textos que passaram pelo processo teórico-metodológico da análise do conteúdo tendo como suporte analítico os Estudos Culturais em Educação. O ESP é percebido como um movimento que revela intenções de controle da ação docente a partir da proposta de criminalização de instituições de ensino e de professores(as) que por ventura estiverem realizando doutrinação dos(as) alunos(as) em temáticas relacionadas à religião, sexualidade, política, dentre outras. Entende-se que se a proposta do movimento Escola Sem Partido for incorporada à legislação educacional federal haverá impactos no ensino de Ciências numa perspectiva de retrocesso porque impediria a discussão de diversos temas que envolvam questões políticas, sociais e culturais, de relevância nacional em vários âmbitos: na saúde pública, no meio ambiente, nos direitos sociais e assistência social. Na perspectiva dos Estudos Culturais em Educação, percebe-se a disputa ideológica para que ocorra a manutenção de um currículo acrítico, neutro e de lógica universalizante no ensino de Ciências. Assim, o ESP tem intenções contrárias à legislação educacional vigente, que propõe a formação crítica dos educandos da Educação Básica para o exercício da cidadania tendo como um dos campos do conhecimento a Ciência.Downloads
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