O Entretenimento Online - A Sociedade Espetacular das Lives nos Tempos de Pandemia
DOI:
https://doi.org/10.33871/23580437.2020.7.2.193-206Palavras-chave:
Pandemia, Entretenimento, lives, Indústria CulturalResumo
A suspensão temporária de uma parte das atividades coletivas, foi uma das consequências impostas na pandemia de Covid-19. Alguns setores sociais tiveram suas atividades presenciais paralisadas por completo em parte do primeiro semestre de 2020 no Brasil, como por exemplo o de entretenimento e artes. Como uma possibilidade de reverter a estagnação total do campo, alguns eventos artísticos foram transformados e ocuparam as plataformas online. Esta pesquisa irá investigar o panorama das lives de música no país durante este período e como o mercado de shows se ajustou a esta nova realidade momentânea. Levaremos em conta não apenas os aspectos próprios da indústria cultural, mas também as questões sociais que fazem das apresentações ao vivo um lazer compartilhado e enraizado na nossa cultura e sociedade. O espaço de circulação de conteúdo da internet pode parecer democrático a uma primeira análise, porém com o boom das lives ficou evidente como esta concepção é equivocada. Os sistemas de patrocínio, divulgação e circulação destes eventos online, reproduziram de forma muito similar o que ocorre nas apresentações ao vivo, ou seja, o monopólio da indústria cultural de massa.As lives brasileiras foram campeãs mundiais de audiência, e atraíram grandes marcas patrocinadoras que logo as identificaram como um atraente espaço para ações de marketing. Porém para os artistas independentes o cenário foi outro, uma vez que sem o suporte financeiro, a estrutura de produção e o alcance das apresentações tiveram pouca expressividade. Deste modo, analisaremos o fenômeno das lives no Brasil e como a indústria do entretenimento se apropriou deste sistema, enquanto para os artistas autônomos a experiência foi extremamente distinta. E evidentemente, traçando os paralelos necessários com a recepção do público, a importância social do divertimento partilhado e sua transformação a partir de uma impossibilidade provisória.
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Referências
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