O Entretenimento Online - A Sociedade Espetacular das Lives nos Tempos de Pandemia

Autores

  • Mayra Terra Maluf de Araujo Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
  • Alberto Cipiniuk Puc-Rio

DOI:

https://doi.org/10.33871/23580437.2020.7.2.193-206

Palavras-chave:

Pandemia, Entretenimento, lives, Indústria Cultural

Resumo

A suspensão temporária de uma parte das atividades coletivas, foi uma das consequências impostas na pandemia de Covid-19. Alguns setores sociais tiveram suas atividades presenciais paralisadas por completo em parte do primeiro semestre de 2020 no Brasil, como por exemplo o de entretenimento e artes. Como uma possibilidade de reverter a estagnação total do campo, alguns eventos artí­sticos foram transformados e ocuparam as plataformas online. Esta pesquisa irá investigar o panorama das lives de música no paí­s durante este perí­odo e como o mercado de shows se ajustou a esta nova realidade momentânea. Levaremos em conta não apenas os aspectos próprios da indústria cultural, mas também as questões sociais que fazem das apresentações ao vivo um lazer compartilhado e enraizado na nossa cultura e sociedade. O espaço de circulação de conteúdo da internet pode parecer democrático a uma primeira análise, porém com o boom das lives ficou evidente como esta concepção é equivocada. Os sistemas de patrocí­nio, divulgação e circulação destes eventos online, reproduziram de forma muito similar o que ocorre nas apresentações ao vivo, ou seja, o monopólio da indústria cultural de massa.As lives brasileiras foram campeãs mundiais de audiência, e atraí­ram grandes marcas patrocinadoras que logo as identificaram como um atraente espaço para ações de marketing. Porém para os artistas independentes o cenário foi outro, uma vez que sem o suporte financeiro, a estrutura de produção e o alcance das apresentações tiveram pouca expressividade. Deste modo, analisaremos o fenômeno das lives no Brasil e como a indústria do entretenimento se apropriou deste sistema, enquanto para os artistas autônomos a experiência foi extremamente distinta. E evidentemente, traçando os paralelos necessários com a recepção do público, a importância social do divertimento partilhado e sua transformação a partir de uma impossibilidade provisória.


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Biografia do Autor

Mayra Terra Maluf de Araujo, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

Bacharel (2014), Mestre (2018) em Design pela PUC-Rio e cursando doutorado em Artes Visuais (previsão de término em 2022) pelo PPGAV -UFRJ

http://lattes.cnpq.br/4730714328974906

Alberto Cipiniuk, Puc-Rio

Possui Licenciatura com Habilitação Plena em História da Arte pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1978), mestrado em Filosofia Estética pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1985) e doutorado em Filosofia e Letras - Université Libre de Bruxelles (1990). Professor Associado e aposentado do Departamento de Teoria e História da Arte do Instituto de Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Atualmente é Professor Associado da Pontifí­cia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Desenho Industrial, com ênfase em Desenho de Produto e Comunicação Visual, atuando principalmente nos seguintes temas: campo do design, design, historia social da arte, comunicação visual e representação social da imagem. Lí­der de grupo de pesquisa registrado no Diretório do CNPq

http://lattes.cnpq.br/3763621130181471

Referências

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Publicado

2020-11-27

Edição

Seção

Eixo Temático "Arte e Covid-19"