Agulha, furo, linha: dos pontos ao nó nos "debaixos" da educação sexual feminina

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33871/23580437.2020.7.2.313-330

Palavras-chave:

Arte contemporânea, Educação feminina, Scientia sexualis, Grafia do bordado, Subjétil

Resumo

As ações do bordar acionam pensamento crí­tico nos espaços de resistência da arte contemporânea. É nessa matriz de engajamento de subjetividades crí­ticas femininas, à contrapelo de uma epistemologia normativa, que minha prática artí­stica investiga o não-dito e o irrepresentável da educação sexual feminina, diante da retórica scientia sexualis do século XIX ainda visí­vel em 1960 e 1970 em publicações no Brasil. A intenção é a de construir um percurso arqueográfico, pela linguagem do bordado e da fotomontagem, capaz de rastrear nos debaixos da experiência feminina (os panos e manchas que encobrem a intimidade) – ligados à herança enciclopédica – discursos sobre a educação da sexualidade e do prazer femininos postos em silêncio e coibidos.

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Biografia do Autor

Kellyn Batistela, UDESC, doutoranda e bolsista FAPESC

Doutoranda em Artes Visuais, Processos Artí­sticos (PPGAV/CEART), pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), pesquisadora e bolsista FAPESC. Mestre em Teoria Literária pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Integrante do projeto de pesquisa "Polí­ticas e poéticas da arte africana contemporânea no contexto da globalização", (UDESC). Desenvolve prática artí­stica relacionada í  arte feminina, arte de arquivo, escrita de si.

Link para Lattes: http://lattes.cnpq.br/5882375152066947

ORCID: http://orcid.org/0000-0002-7332-241X

E-mail: kellynbatistela@gmail.com

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Publicado

2020-11-27

Edição

Seção

Artigos em Poéticas