No Banzo da Negra, a Penca de Balangandãs

Autores

  • Anderson Diego Almeida Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Eduardo Ferreira Veras Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.33871/23580437.2019.6.2.100-114

Palavras-chave:

Penca de balangandãs, Debret, Dürer, Pathosformel

Resumo

No banzo, a saudade da terra natal; na cintura, o sí­mbolo de sua existência. Como um signo pictórico pode denunciar a identidade e a transformação social de uma negra? Esta é a perspectiva da narrativa que propomos neste artigo. A análise surge da aquarela de Jean Baptiste Debret, Uma Negra Tatuada Vendendo Caju, de 1827, que traz a penca de balangandãs em sua cintura. Dessa joia de crioula, buscaremos discorrer sobre sua pathosformel a partir da gravura Malencolia I, produzida por Albrecht Dürer em 1514, e percorrer outros contextos visuais e históricos. Assim, compreender o sentido da peça, seu significado social e a função dentro e fora da obra em que ela se encontra, será nosso objetivo.

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Biografia do Autor

Anderson Diego Almeida, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Doutorando em Artes Visuais: História, Teoria e Crí­tica de Arte (UFRGS), Mestre em História (UFAL), Licenciado em Artes Cênicas (UFAL), Tecnólogo em Design de Interiores (IFAL) e Licenciando em Artes Visuais (UNINTER). Foi professor substituto em Museologia da Arte no Instituto de Artes (UFRGS). Pesquisa história e estética africana e afro-brasileira em coleções de apreensões, arte e assombramentos e arte afro-brasileira contemporânea.

Eduardo Ferreira Veras, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professor Adjunto do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), atua no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (PPGAV) e no Bacharelado em História da Arte. É Doutor (2012) e Mestre (2006) pelo PPGAV/UFRGS, com ênfase em História, Teoria e Crí­tica de Arte. Foi bolsista de pós-doutorado FAPERGS/CAPES também junto ao PPGAV/UFRGS (2012-14). É membro do Comitê Brasileiro de História da Arte (CBHA) e da Associação Brasileira de Crí­ticos de Arte (ABCA). Integra o Conselho Deliberativo da Fundação Vera Chaves Barcellos (FVCB) e o Comitê de Curadoria do Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Margs).

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Publicado

2019-12-05

Edição

Seção

Artigos