Entre Labirintos e Anagramas: O Informe como Dilaceramento dos Corpos na Obra de Hans Bellmer
DOI:
https://doi.org/10.33871/23580437.2018.5.2.107-124Palavras-chave:
Artes Visuais, Interdisciplinaridade, Arte Contemporânea,Resumo
Neste artigo, analisamos como o informe, na obra de Hans Bellmer, se articula a partir do corpo evocado em sua precariedade, quando este se torna desarticulado, múltiplo, labiríntico, na medida em que seus membros se espelham, anarquicamente, uns nos outros. Se o informe, segundo Georges Bataille, "é o incerto que se espalha por todos os lugares" , sua presença na obra de Hans Bellmer pode ser pensada como seu fundamento, já que nos confrontamos com formas sempre transitórias, como se tudo se sustentasse a partir de suas próprias ruínas. Em suas fotografias, desenhos e esculturas, Hans Bellmer faz com que as imagens, paradoxalmente, ultrapassem o visível através da própria figurabilidade, como se seus personagens fossem silenciados pelos cenários que os rodeiam e ambos se tornassem labirintos, estruturas precárias e incompletas, nas quais nunca se encontra a saída. Os anagramas que Bellmer apresenta, em seu livro Anatomia da imagem, servem para exemplificar sua proposta de um corpo insubordinado, permutável. Novos significados podem ser extraídos à semelhança do que ocorre com as palavras de um poema, cuja estrutura torna-se reversível, múltipla e indeterminada, uma vez que as mesmas letras que compõem um verso se convertem nos demais. Os sentidos que surgem do novo texto não se amparam mais na lógica do discurso, do conhecimento, mas na falta de razão, na angústia de não se conseguir criar um eixo hierárquico entre o atual e o anterior, o eu e o outro, o que Georges Bataille chama de não-saber.Downloads
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2018-12-09
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Artigos
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