Pedagogia da corpa travesti:
performance, política e arte dissidente
DOI:
https://doi.org/10.33871/19805071.2023.29.2.8068Palavras-chave:
Trvestis, Arte, Corpa, PerformatividadeResumo
Neste texto refletimos como a arte produzida por artistas travestis ressignifica os cânones do fazer artístico e sugere outras bases epistêmicas e políticas para o campo em questão. Argumentamos acerca de uma pedagogia da corpa travesti enquanto uma lente na intenção de problematizar em que medida tais corporalidades dimensionam a singularidade da criação dissidente e frente ao cis-tema que demarca as fronteiras gendrificadas da arte e da vida. Salientamos, de tal modo, a importância de localizar o caráter performativo, político e subversivo como conhecimento partilhado desde a experiência e que articula, pois, respostas não apenas a marcadores gendrificados desde a arte, mas também a partir da abjeção. As sensibilidades da corpa travesti são ressaltadas em sua perspectiva poética, estético-transgressora e subversiva, desde o deslocamento da diferença e da experimentação artivista e transpofágica da criatividade.
Downloads
Referências
AMORIM, Frederico Levi. Gestos performativos como atos de resistência: corpas-monstro na cena contemporânea. 2019. 172 f. Dissertação (Mestrado em Artes Cênicas) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto-MG, 2019.
BACHELARD, Gaston. A água e os sonhos: ensaio sobre a imaginação da matéria. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
BENEDETTI, Marcos Renato. Toda feita: o corpo e o gênero das travestis. Rio de Janeiro: Garamond, 2015.
BILLARD, Thomas J. “Passing” and the Politics of Deception: Transgender Bodies, Cisgender Aesthetics, and the Policing of Inconspicuous Marginal Identities. In: DOCAN-MORGAN, T. (ed.). The Palgrave Handbook of Deceptive Communication. Cham, Switzerland: Palgrave, 2019, p. 461-477.
BRACCHI, Daniela Nery. Experiências fotográficas e educação em “Meu mundo
teu”. Revista Educação e Cultura Contemporânea, v. 18, n. 54, p. 553-576, 2021.
BUTLER, Judith. Os atos performativos e a constituição do gênero: um ensaio sobre fenomenologia e teoria feminista. Tradução de Jamille Pinheiro Dias. Caderno de Leituras, n. 78, Edições Chão da Feira, jun, 2018.
BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 17. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2019.
BUTLER, Judith. Corpos que importam: os limites discursivos do “sexo”. 1. ed. São Paulo: n-1 edições, 2018.
BUTLER, Judith. Quadros de Guerra: quando a vida é passível de luto? 1. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.
BUTLER, Judith. Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do “sexo”. In: LOURO, Guacira Lopes (org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2011, p. 151-172.
CARVALHO, Renata. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2023. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa565524/renata-carvalho . Acesso em: 08 de julho de 2023. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-77
CARVALHO, Renata. Renata Carvalho desconstrói imaginário sobre corpos trans no encerramento do 15° FEVEREFESTIVAL. [Entrevista cedida a] Miguel von Zuben. 15º FEVERESTIVAL, Campinas, São Paulo, 2021.
CARVALHO, Renata. O Corpo Transvestigênere - O Corpo Travesti – Na Arte. Revista Docência e Cibercultura, Rio de Janeiro v. 3 n. 1, p. 213-216, jan./abr. 2019.
DE CARVALHO Mario. La création carnavalesque comme une œuvre d'art baroque. Sociétés, 2001, v. 1, nº 71, p. 59-65. Recuperado de: <https://doi.org/10.3917/soc.071.0059> . Acesso em: 01 jul. 2023.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Felix. O anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia 1. São Paulo: Editora 34, 2011.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Felix. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. Vol. 1. Rio de Janeiro: Editora 34, 1995.
DURAND, Gilbert. As estruturas antropológicas do imaginário: introdução à arquetipologia geral. 4. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2012.
FOUCAULT, Michel. Ditos e Escritos: Vol. V – Ética, Sexualidade, Política. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006.
FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I: a vontade de saber. Rio de Janeiro: Graal, 1998.
GOMEZ, Pedro Pablo. Decolonialidad estética: geopolíticas del sentir el pensar y el hacer. Revista GEARTE, Porto Alegre, v. 6, n. 2, p. 369-389, mai./ago. 2019. Recuperado de: <https://doi.org/11.22456/2357-9854.92911>. Acesso em 30 jun. 2023.
HARAWAY, Donna J. Manifesto ciborgue: ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX. In: HARAWAY, Donna J; KUNZRU, Hari; TADEU, Tomaz (orgs.). Antropologia do ciborgue: as vertigens do pós-humano. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2019, p. 33-108.
HARAWAY, Donna J. Simians, cyborgs, and women: The reivention of nature. Nova York: Routledge, 1991.
KUNZRU, Hari. “Você é um ciborgue”: um encontro com Donna Haraway. In: HARAWAY, Donna J; KUNZRU, Hari; TADEU, Tomaz (orgs.). Antropologia do ciborgue: as vertigens do pós-humano. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2019, p. 17-32.
LOURO, Guacira Lopes. Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica, 2016.
MEIRA, Isabela de França. Artivismos e dissidências sexuais: movimentos coletivos de (cri)ações estéticas e políticas de resistência à heteronormatividade em Recife. 2019. 156 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Universidade Federal de Pernambuco, UFPE, Recife, 2019.
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. O nascimento da tragédia, ou Helenismo e pessimismo. São Pauto: Companhia das Letras, 1992.
OLIVEIRA, Felipe Henrique Monteiro. Subjetividade(s) e(m) performance: corpo, diferença e artivismo. Curitiba: CRV, 2019.
OSTROWER, Fayga. Criatividade e processos de criação. Petrópolis: Vozes, 1987.
PAIVA, André Luiz dos Santos. Genealogia e teoria de gênero em Judith Butler: subversões teórico-políticas. 2021. 171 f. Tese (Doutorado em Filosofia) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2021.
PRECIADO, Paul B. Manifesto contrassexual: práticas subversivas de identidade sexual. São Paulo: n-1 edições, 2014.
PRECIADO, Paul B. Um apartamento em Urano: crônicas da travessia. Rio de Janeiro: Zahar, 2019.
RAPOSO, Paulo. “Artivismo”: articulando dissidências, criando insurgências. Cadernos de Arte e Antropologia, v. 4, n. 2, p. 3-12, 2015.
ROCHA, João Pedro Nunes da; CARVALHO, Mário de Faria. Êpa, bicha não! Eu sou uma `quase mulher: um estudo epistemológico e estético sobre a montaria de corpos e gestualidade Drag Queen. In: Mário de Faria Carvalho; Clécia Pereira; Graciele Andrade. (orgs.). Imaginário, estética e cultura: ensaios transdisciplinares. 1. ed. São Paulo: Pimenta Cultural, 2021, p. 183-205.
SANTANA, José Diêgo Leite de; CARVALHO, Mário de Faria. O que pode um corpo drag queen? Sentidos outros para a pesquisa de questões de gênero na educação. Polêm!ca, [S.l.], v. 19, n. 3, p. 020-038, jul. 2020.
SILVA, Tomaz Tadeu da. Antropologia do ciborgue: as vertigens do pós-humano. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2019.
SILVA, Tomaz Tadeu. da Identidade e diferença. Rio de Janeiro: Vozes, 2011.
SILVA FILHO, Luís Massilon da; CARVALHO, Mário de Faria. O estado da arte das pesquisas sobre corpo, transexualidade e educação no Brasil. Humanidades & Inovação, Palmas-TO, v. 8, n. 58, p. 329-341, set. 2021.
SILVA FILHO, Luís Massilon da. Saber, poética e transgressão: as figurações estético-gestuais da corpa por artistas transexuais/travestis. Dissertação (Mestrado em Educação Contemporânea) – Universidade Federal de Pernambuco, Caruaru, 2022.
SOUZA, Marco Aurélio da Cruz; CARVALHO, Carla (orgs.). Arte e estética na educação: corpo sensível e político. Curitiba: CRV, 2021.
VERGUEIRO, Viviane. Por inflexões decoloniais de corpos e identidades de gênero inconformes: uma análise autoetnográfica da cisgeneridade como normatividade. 244 f. Dissertação (Mestrado em Cultura e Sociedade) - Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2015.
WOLFGANG, Courtnie N.; RHOADES, Mindi J. First fagnotics: queering Art Education. Journal of Social Theory in Art Education, v. 37, 2017.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores detém os direitos autorais, ao licenciar sua produção na RevistaCientífica/FAP, que está licenciada sob uma licença Creative Commons. Ao enviar o artigo, e mediante o aceite, o autor cede seus direitos autorais para a publicação na referida revista.
Os leitores podem transferir, imprimir e utilizar os artigos publicados na revista, desde que haja sempre menção explícita ao(s) autor (es) e à Revista Científica/FAP não sendo permitida qualquer alteração no trabalho original. Ao submeter um artigo à Revista Científica/FAP e após seu aceite para publicação os autores permitem, sem remuneração, passar os seguintes direitos à Revista: os direitos de primeira edição e a autorização para que a equipe editorial repasse, conforme seu julgamento, esse artigo e seus metadados aos serviços de indexação e referência.