Milonga e Forró: dois bailes populares

Autores

  • Rubens Pantano Filho Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo - campus Bragança Paulista
  • Maria Ângela Lourençon

DOI:

https://doi.org/10.33871/19805071.2020.23.2.3646

Resumo

Todas as sociedades têm ao menos uma dança como herança, como uma autêntica e original expressão de sua cultura, ou seja, cada dança é parte da identidade cultural de um corpo social. No universo particular das chamadas danças de salão, a Milonga e o Forró são dois gêneros musicais e/ou de danças sociais que bem representam, respectivamente, a Argentina e o Brasil. Além disso, tanto em um como em outro paí­s, os dois termos também são utilizados como designativos dos bailes ou locais onde se executam e dançam os gêneros musicais que levam essas respectivas denominações. A milonga, além de ser uma marca caracterí­stica da música/dança argentina e uruguaia, tem também uma vertente no sul do Brasil, em particular no Rio Grande do Sul, onde é bastante apreciada, com algumas caracterí­sticas próprias além daquelas originarias de suas irmãs argentino-uruguaias. O forró, por sua vez, como expressão cultural musical brasileira, nas últimas décadas tem se espalhado por diversos paí­ses da Europa, através da música e, principalmente, da dança. Presente em várias capitais do velho continente, também habita a capital argentina, com grupos forrozeiros que apreciam esse gênero brasileiro. Este artigo trata de determinar que estas manifestações culturais sejam identificadas como um dos indicadores de aproximação territorial de paí­ses do cone sul latino-americano: comportamento cultural, social e musical únicos. Este indicador mostra que estes povos encontraram - na maneira de dançar, de criar suas músicas e de formular encontros sociais - suas próprias expressões populares e de caracterização da identidade nacional.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AHARONIíN, Coriún. Músicas populares del Uruguay. 2ª Ed. Montevideo: Tacuabé, 2010.

ALBORNOZ, Javier. A interpretação na milonga sureña de Juan José Ramos: entre o popular e o erudito. 2016. 44 f. Dissertação (Mestrado em Música) – Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Música, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2016.

ALVES, Andressa Guimarães Mafra. Um quê que as outras danças não têm: o forró pé de serra na cidade de São Paulo. 2013. 37 f. Monografia (Pós-graduação Lato Sensu em Gestão de Projetos Culturais), Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.

AYESTARíN, Lauro. El folklore musical uruguayo. Montevideo: Arca, 1967.

BIJALBA, Claudia Maria Paes. Do Sertão í s Metrópoles: o forró universitário, seus múltiplos significados e novas identidades urbanas. 2017. 44 f. Trabalho de Conclusão – Bacharelado em Ciências Sociais, Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ, 2017.

CASCUDO, Luí­s da Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro. São Paulo: Global, 2005.

CAVALLO, P. R. O balé clássico e a psicomotricidade: uma nova proposta de ensino da dança. 2006, 117 p. Monografia (Pós-graduação Lato Sensu em Psicomotricidade), Universidade Cândido Mendes, Rio de Janeiro, 2006.

CAVASIN, C. R. A dança na aprendizagem. Revista da Pós. 2003; n. 3, p. 1-8. Disponí­vel em: http://www.icpg.com.br/artigos/rev03-01.pdf. Acessado em 07 mar. 2020.

COSTA, Jean Henrique. Luiz Gonzaga: entre o mito da pureza musical e a indústria cultural. Revista Espaço Acadêmico. Mar. 2012, Maringá, PR, n. 130, p. 135-146, ISSN: 1519-6186.

ESTIVALET, Felipe. Hibridações na canção Amigo Punk, da Graforréia Xilarmônica. Revista Sonora. 2016, Campinas, SP, v. 6, n. 11, p. 61-72, ISSN: 1809-1652.

FERRAZ, J. F. V. Dança, teatro e suas relações históricas. In: SEMINíRIO DE PESQUISA EM ARTES DA FACULDADE DE ARTES DO PARANí, 7º, 2012, Curitiba. Anais do 7º Seminário de Pesquisa em Artes da Faculdade de Artes do Paraná, Curitiba, PR: [s.n.], jun. 2012, p. 291-294.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Lí­ngua Portuguesa. 2ª ed. Rev. Amp. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; 1986.

FILGUEIRA, Cí­cero Renan Nascimento. Os Folcloristas e a Construção do Repentista como um dos Sí­mbolos do Nordeste. CLIO: Revista de Pesquisa Histórica. Jan-jun 2018, Recife, PE, n. 36, p. 156-174, ISSN: 2525-5649..

JESUS, Monaquelly Carmo de. Desvendando a história por meio do forró em sequências didáticas: laboratório a partir da prática em turmas de Ensino Fundamental. 2018. 117 f. Dissertação (Mestrado em Ensino de História), Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, 2018.

LAGE, Regiane Sales. Viver (d)o Forró: cultura e profissionalização. 2017. 124 f. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Sociologia, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, 2017.

LERENDEGUI, Diego S. Tango para Dummies. Buenos Aires: Planeta, 2014.

LOPES, Ibrantina Guedes de Carvalho. Forró e Ai: história e memória nas ondas do rádio. In: VII ENCONTRO NACIONAL DE HISTÓRIA DA MíDIA, Fortaleza, CE. Trabalhos apresentados, 19 a 21 de agosto de 2009, p. 1-15.

MAKNAMARA, Marlécio; PARAíSO, Marlucy Alves. Forró eletrônico: uma questão de governo... uma questão também de educação? Revista Exitus. Jan-jun, 2012, Santarém, PA, v. 2, n. 1, p. 141-156, ISSN: 2236-2983.

NASCIMENTO, Ricardo; ORTEGA, Raul. Microeconomias afetivas e globais do forró na Pení­nsula Ibérica. Cadernos de Arte e Antropologia. maio-ago, 2018, Salvador, BA, v. 7, n. 1, p. 47-63, ISSN: 2238-0361.

OLIVEIRA E SILVA, Rodrigo de; PANTANO FILHO, Rubens. Metodologia do ensino da atividade rí­tmica e dança. Londrina: Educacional, 2017.

PAULINO, Kelsia Grazielle. A banalização do perfil feminino nas músicas de forró. 2012. 20 f. Trabalho de Conclusão – Licenciatura em História, Universidade Estadual da Paraí­ba, Guarabira, PB, 2012.

QUADROS JÚNIOR, Antonio Carlos de; VOLP, Catia Mary. Forró Universitário: a tradução do forró nordestino no sudeste brasileiro. Motriz. 2005, Rio Claro, SP, v. 11, n. 2, p. 127-130, ISSN: 1980-6574.

RAMIL, Vitor. A Estética do Frio: conferência de Genebra. Pelotas: Satolep, 2004.

REBELO, Samantha Cardoso. As Conexões do Forró com as diferentes realidades na sua trajetória. In: TERCEIRO ENCONTRO DE ESTUDOS MULTIDISCIPLINARES EM CULTURA, Salvador, BA. Trabalhos apresentados, 23 a 25 de maio de 2007, p. 1-10.

SANTOS, E. C.; ALMEIDA, V. Z. História do balé (da corte renascentista í terra de Cassiano). In: ENCONTRO LATINO AMERICANO DE PÓSGRADUAÇíO, VI, 2006, São José dos Campos. Anais do VI Encontro Latino Americano de Pós-Graduação, São José dos Campos, SP: [s.n.], out. 2006, v. 13, n. 24, p. 1-4.

SILVA, Ciranilia Cardoso da. Percurso do Forró Pé-de-Serra: trânsitos culturais de processos migratórios. In: IV SEMINíRIO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇíO EM CIÊNCIAS SOCIAIS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA, Cachoeira, BA. Trabalhos apresentados, 9 a 11 de novembro de 2016, p. 1-17.

TROTTA, Felipe. O Forró eletrônico no Nordeste: um estudo de caso. Intexto. jan–jun, 2009, Porto Alegre, RS: UFRGS, v. 1, n. 20, p. 102-116, ISSN: 1807-8583.

Downloads

Publicado

2020-11-25

Como Citar

PANTANO FILHO, Rubens; LOURENÇON, Maria Ângela. Milonga e Forró: dois bailes populares. Revista Científica/FAP, Curitiba, v. 23, n. 2, 2020. DOI: 10.33871/19805071.2020.23.2.3646. Disponível em: https://periodicos.unespar.edu.br/revistacientifica/article/view/3646. Acesso em: 16 nov. 2024.