Luculus Brasilis e a catástrofe silenciada de um processo civilizatório

Autores

  • Allan Valenza da Silveira Universidade Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.33871/21750769.2024.19.2.9125

Palavras-chave:

Dione Carlos, Teatro Negro, Teatro Épico, História do Brasil, Poder

Resumo

A dramaturgia de Black Brecht: e se Brecht fosse negro? (2020), de Dione Carlos, fruto de toda uma trajetória do teatro negro no Brasil na busca da construção de uma autoconsciência que reordene forças sociais e políticas, elabora uma dupla retomada de tradições: por um lado, a obra O julgamento de Luculus, de Bertold Brecht, autor já canônico, e a moral civilizatória tradicional da sociedade brasileira. A fusão dessas duas esferas, a partir do olhar questionador que resignifica o passado, faz com sua dramaturgia constitua um espaço em que vozes silenciadas pelas estruturas de poder (estatal, econômico, social, físico) tomam para si a capacidade de direcionamento de uma sociedade. Como resultado, o que vemos é a constituição de uma existência que caminha para uma reorganização das relações sociais, políticas, culturais e históricas em um espaço comum, indo além da mera inversão de posições tradicionais. Para chegarmos a esses objetivos e resultados, este ensaio se serve de um estudo comparativo entre obras dramatúrgicas, levando em consideração tanto a questão de suas materialidades performativas quanto de suas constituições ficcionais e teóricas.

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Biografia do Autor

Allan Valenza da Silveira, Universidade Federal do Paraná

Professor da Universidade Federal do Paraná nos cursos de Tecnologia em Produção Cênica e no Bacharelado em Produção Cultural. Graduado em Letras e em História. Mestre e Doutor (bolsista CAPES) em Estudos Literários pela UFPR. Pós-Doutorado na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. É membro do Grupo de Pesquisa "Confluências da Ficção, História e Memória na Literatura e nas Diversas Linguagens", registrado no CNPq.

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Publicado

13-12-2024

Como Citar

Silveira, A. V. da. (2024). Luculus Brasilis e a catástrofe silenciada de um processo civilizatório. O Mosaico, 19(2), 1–12. https://doi.org/10.33871/21750769.2024.19.2.9125

Edição

Seção

Dossiê Poéticas Negras: afrodiasporidades nas Artes