ENTRE DISCURSO E OBJETO: ESTÉTICA COMO POLÍTICA NA RESSIGNIFICAÇÃO DE MONUMENTOS PÚBLICOS A PARTIR DA AÇÃO ENSACAMENTO (3NÓS3, 1979)
DOI:
https://doi.org/10.33871/21750769.2022.14.1.4620Resumo
O presente artigo visa discutir a ressignificação de monumentos públicos através da arte a partir da intervenção Ensacamento (1979), do coletivo paulista 3nós3. Para tanto, parte-se de uma breve contextualização que objetiva, de um lado, descrever o papel do monumento nas cidades capitalistas e, de outro, apresentar a origem do grupo como parte de um movimento nacional de retomada do espaço público no fim do regime militar. Como gênero artístico, a ação será analisada segundo as noções de site-specificity, abordadas pela autora Miwon Kwon, mostrando que a relação da poética com o site em sua dimensão discursiva é capaz de tensionar o lugar a partir de convergências com o discurso pré-existente no local, revelando memórias apagadas pela história hegemônica. Do discurso, a ação passa por um processo de rematerialização, hipótese defendida neste artigo na forma de criação de um novo objeto, produto da intervenção sobre o conjunto de estátuas, efêmero no espaço-tempo da ação e perpétuo a partir de seu registro. Dessa leitura emerge a relação estética entre arte e política à luz da teoria de Jacques Rancière, com o objetivo de mostrar que a estátua ensacada se configura como uma promessa no processo de autonomia da experiência sensível. Por fim, será destacado como a ressignificação dos monumentos públicos se manifesta nos diferentes atos da ação, mostrando que existe uma estética primeira nas estátuas antes e depois da intervenção.
Palavras-chave: Ensacamento; estética; site-specificity.
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