O CORPO DE CASTIGO: AS RELAÇÕES DE PODER E A DANÇA COMO TRANSGRESSÃO NO JARDIM DE INFÂNCIA
DOI:
https://doi.org/10.33871/21750769.2021.13.1.3908Resumo
Resumo: A presente pesquisa visa analisar o lugar da dança nas possibilidades corporais da criança inserida em uma estrutura pré-estabelecida pautada na relação do poder adulto em um jardim de infância. Uma dança que é apresentada como parte estruturante de um corpo privado de liberdades infantis, em momento solicitado pelo adulto, e, do estar imóvel como forma de punição de alguma regra não cumprida. Uma dança que se apresenta como transgressão para "fugir" ou recriar o momento do castigo, como um ato revolucionário, de liberdade, de prazer pelo e no movimento. Para tanto, evidenciamos alguns aspectos decorrentes da cena: 1) a ordem institucional estabelecida pelo adulto, 2) a necessidade de brincar das crianças, até quando é para ser "sério" e 3) a possibilidade de expressão da dança enquanto linguagem. O formato metodológico é de um estudo de caso de orientação etnográfica onde a observação participativa permitiu perceber as razoes das escolhas e dos propósitos da criança e as coloca no lugar de sujeitos da pesquisa. As experiencias de dança das crianças do castigo demostravam a relação entre a brincadeira e a dança em uma estética presente e estruturante da relação entre o mover-se para transgredir uma regra imposta. Ao relacionar o movimento estético dançado com o movimento em forma de protesto, as crianças conseguiram o status de propositoras da brincadeira e, de certa forma, estiveram a brincar com os outros e ao descobrir as possibilidades do corpo (movimento/pausa) com as outras crianças, estão de fato, coreografando uma estética de dança pautado nas intenções de comunicar e sentir.
Palavas-chave: dança; corpo; criança; castigo.
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