Alegoria da Catástrofe: a História da censura ao filme Prata Palomares

Autores

  • Adriano Del Duca Graduação em Cinema e Ví­deo - UNESPAR/FAP Programa de Pós Graduação em Cinema - Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.33871/21750769.2017.9.1.1886

Resumo

O filme Prata Palomares (André Faria, 1971) foi realizado em um contexto de experimentações na cinematografia brasileira, entre 1970 e 1971, congregando inúmeros artistas ligados ao grupo do Teatro Oficina. A influência do grupo no filme evidencia-se no uso da linguagem cinematográfica, radicalizando a experiência do cinema moderno e de uma estética violenta. Ao mesmo tempo em que crí­tica uma identidade brasileira passiva, sincrética e colonizada, e a tradição polí­tica autoritária, o filme relaciona elementos da cultura pop ao candomblé, música popular e polí­tica, confronta o sagrado e o profano, encena a antropofagia,dialogando com elementos estéticos do tropicalismo. Proibido pela censura em 1972, o filme entrou para a história do cinema como aquele que mais vezes foi convidado ao Festival de Cannes, tendo sua exportação cinco vezes negada pelo aparato censor brasileiro. Liberada circulação internacional, em 1977, teve relevante carreira em festivais e, em 1979, foi premiado no Festival de Brasí­lia. Prata Palomares e sua história como filme proibido sintetizam aspectos importantes para o estudo da relação entre o Estado autoritário e a produção cinematográfica no Brasil no perí­odo mais violento da Ditadura Militar (1968-1979).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Adriano Del Duca, Graduação em Cinema e Ví­deo - UNESPAR/FAP Programa de Pós Graduação em Cinema - Universidade Federal Fluminense

Graduado em Ciências Sociais - UNESP-FCL Araraquara;

Graduando em Cinema e Ví­deo - UNESPAR-FAP Curitiba;

Mestrando em Cinema - UFF-PPGCINE Niterói

Referências

CALDIERI, Sérgio. "Prata Palomares, interditado há 9 anos". IN: Tribuna da Imprensa –29/09/1979.

FERRO, Marc. Cinema e História. Tradução Flávia Nascimento. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

FRANCISCO, Severino. Terror, terrorista ou real? IN: no Jornal de Brasilia, 29/09/1979.

NANDI, I. Teatro Oficina, onde a arte não dormia. Rio de Janeiro: Faculdade da Cidade Editora, 1998.

PRATA Palomares. Direção: André Faria. VEGA-I Filmes, Brasil,1971. (100 min), NTSC, color.

STEPHANOU, Alexandre Ayub. Censura no Regime Militar e Militarização das Artes. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2001.

VALENTINI, Daniel M. Uma leitura da censura ao Teatro Oficina nos anos 1960. Verinotio – Revista on-line de Filosofia e Ciências Humanas. ISSN 1981-061X. Ano XI .abr./2016 . n. 21.

XAVIER, I. Alegorias do subdesenvolvimento. São Paulo: Brasiliense, 1992.

_________. Sertão Mar, Glauber Rocha e a estética da fome.São Paulo: Cosac&Naif, 2007.

_________. Cinema brasileiro moderno. São Paulo: Paz e Terra, 2001.

Downloads

Publicado

01-06-2017

Como Citar

Del Duca, A. (2017). Alegoria da Catástrofe: a História da censura ao filme Prata Palomares. O Mosaico, 9(1). https://doi.org/10.33871/21750769.2017.9.1.1886