Identidade hermenêutica e denotação-conotação nas práticas artísticas pós-modernas
DOI:
https://doi.org/10.33871/23580437.2023.10.2.84-102Resumo
O ensaio propõe uma discussão teórica, que parte do problema de como repensar conceitos estéticos, hermenêuticos e semióticos como unidade da obra de arte, identidade hermenêutica e denotação-conotação, a partir de uma perspectiva voltada para o processo de recepção artística; especialmente no caso de obras que carecem de uma estrutura estável bem diferenciada por limites precisos. Assim, o objetivo é analisar a operacionalidade desses conceitos na perspectiva da recepção, projetando-os na especificidade semiótica das práticas artísticas pós-modernas. Para tal, na introdução define-se brevemente esta categoria não genérica e discute-se a sua pertinência metodológica face à vaga estreiteza que caracteriza a noção de “artes visuais”. A exposição teórica está dividida em duas seções. A primeira trata das noções de identidade hermenêutica e unidade da obra de arte, com base na hermenêutica de Gadamer. Na segunda seção, o problema da denotação e conotação nas práticas artísticas pós-modernas é analisado a partir de uma perspectiva semiótica. Conclui-se que a identidade hermenêutica de uma obra é produzida pela compreensão que dela fazem os receptores; o que é muito mais evidente naquelas práticas artísticas diante das quais o receptor é forçado a articular, em um nível puramente mental, sua própria projeção de significados denotados e conotados, a fim de compreender a obra.
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