COLETIVO TRADEMARK: O DESMANCHE DO CONCEITO DE COMUNIDADE PRATICADO NA DANÇA

Autores

  • Giancarlo Martins UNESPAR - Campus II

DOI:

https://doi.org/10.33871/19805071.2019.21.2.2886

Resumo

Este artigo analisa o modo como coletivos artí­sticos se transformaram durante a última década, instaurando novos modos de comunicação e ação polí­tica. Trata-se de uma mudança nos modos de comunicar e de agir coletivamente que, a despeito da criação de circuitos e espaços de criação, bem como a promoção de reconfigurações no sistema cultural e artí­stico, é capturado pelos dispositivos de poder do capitalismo tardio, tornando-se uma espécie de trademark a chancelar boa parte produção artí­stica contemporânea da dança. Trata-se de um fenômeno que, pelo menos no Brasil, nos oferece subsí­dios para entender e refletir sobre os desdobramentos dessas formas de operar e estar junto no contexto atual que transforma modos de comunicar e de agir coletivamente. Tais experiências ainda não foram devidamente analisadas no que concerne às teorias da arte, pedindo por novas discussões epistemológicas propostas, sobretudo, na área de comunicação e estudos da cultura (Katz; Greiner, Lipovetski, Canclini e Sennett) e da filosofia polí­tica (Foucault, Virno, e Agamben).

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Biografia do Autor

Giancarlo Martins, UNESPAR - Campus II

Artista da Dança, doutor e mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Professor e pesquisador do curso de Bacharelado e Licenciatura em Dança da Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR / Campus II – FAP.

Lattes:http://lattes.cnpq.br/5485635472498844

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Publicado

2019-11-27

Como Citar

MARTINS, G. COLETIVO TRADEMARK: O DESMANCHE DO CONCEITO DE COMUNIDADE PRATICADO NA DANÇA. Revista Cientí­fica/FAP, Curitiba, v. 21, n. 2, 2019. DOI: 10.33871/19805071.2019.21.2.2886. Disponível em: https://periodicos.unespar.edu.br/index.php/revistacientifica/article/view/2886. Acesso em: 24 abr. 2024.